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Política

08/03/2023 14:10

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Judeus pela Democracia pedem cassação de João Henrique após livro de Hitler na tribuna

Bolsonarista disse: "... é com o Mein Kampf de Hitler que peço para que esse parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize''

O movimento Judeus pela Democracia usou a página do Twitter para pedir a cassação de mandato do deputado estadual João Henrique Catan (PL), após ele levar um livro escrito pelo nazista Adolf Hitler,  o ''Mein Kampf''', à tribuna da Assembleia Legislativa nessa terça-feira (7).

O episódio gerou repercussão nacional e milhares de comentários negativos sobre a postura do deputado e seu discurso. Alguns internautas indicaram uma certa ambiguidade na fala e outros o defenderam.

O Judeus pela Democracia logo se posicionou. "O mandato precisa ser cassado e o deputado, preso. Apologia ao nazismo no Brasil é crime e nazistas merecem cadeia", disse o post que completou divulgando o endereço de e-mail do deputado.

"Ps: depjoaohenrique@al.ms.gov.br é o endereço de email dele. Seria uma pena se a caixa de emails dele acordasse amanhã cheia de elogios", dizia o post.

Livro na Tribuna

O deputado bolsonarista segurou o livro e teceu comentários durante a sessão. Ele disse que trouxe o livro do exterior para o Brasil escondido com medo que fosse confiscado, sugeriu o fortalecimento da Casa de Leis e empunhou a obra, escrita por um dos maiores ditadores e genocidas da humanidade. 

''... é com o Mein Kampf de Hitler que peço para que esse parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize'', bradou o parlamentar. 

Em seguida, Catan justificou a citação à obra, sugerindo que o Legislativo do MS siga nos rumos do que foi o parlamento ''europeu'' da Alemanha. 

''E que serviu, após sua reconstrução, de inspiração, inclusive para nós estarmos hoje aqui, através do nosso Direito Constitucional Brasileiro, que se inspira no modelo romano-germânico'', refletiu o deputado. 

Entre os comentários gerais nas redes sociais, há muito apontamento de que Catan se dirigiu a um nicho neonazista aproveitando brechas da lei, da liberdade de expressão e imunidade parlamentar para o discurso, já que, ao mesmo tempo, que usou o livro de Hitler, um genocida genuíno, ele argumentou sobre a defesa do parlamento.

O que dizem os deputados?

Após o episódio, os outros 23 deputados da Assembleia Legislativa, não fizeram comentários.

A bancada do PT com os deputados Zeca do PT, Pedro Kemp e Amarildo Cruz foi questionada pela manhã se o caso implica quebra de decoro, possível cassação e qual seria o posicionamento.

O deputado Pedro Kemp explicou que não houve quebra de decoro e nem apologia ao nazismo por parte do deputado, pelo contrário. Ele não vai entrar com pedido de cassação.

"Não vou entrar na Comissão de Ética, porque estão divulgando uma informação falsa do que realmente aconteceu. Eu estava presente na sessão e conferi o vídeo da fala dele. Se ele tivesse feito apologia ao Nazismo e a Hitler, eu o teria representado na Comissão de Ética ontem, mesmo pedindo a cassação do mandato dele, como fiz no caso dos tiros durante a sessão no ano passado."

O petista, disse que assistindo o discurso na íntegra é possível observar que não houve crime.

"Acontece que a versão divulgada da fala dele não corresponde ao que ele disse na tribuna, basta assistir a íntegra do discurso. O que ele falou não foi apologia ao Nazismo, mas o contrário, estava comparando a atitude do governador Riedel de tentar interferir numa votação de um requerimento dele a atitude de Hitler que tentou calar o parlamento alemão. 
Hoje alguns sites e órgãos de imprensa já se retrataram por divulgar uma informação distorcida."

A Comissão de Ética da Casa não é permanente e deve ser provocada para quaisquer investigações relacionadas ao comportamento do deputado bolsonarista. Ele já tem processo de investigação por quebra de decoro pedido por Pedro Kemp e Amarildo Cruz de 2022, após dar um tiro com arma de fogo ao participar da sessão remota. 

João Henrique também foi alvo de críticas, pois esteve em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), dando doações de marmitas aos manifestantes que pediam golpe militar após vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O que diz Catan? 

Após a má repercussão, Catan usou as redes sociais para repudiar as críticas feitas pelo ativista e por grupos militantes de esquerda. Ele rechaçou a ideia de ser ditador.

''... eu fiz questão de frisar o oposto no meu discurso: 'ditadura é calar o parlamento, principalmente orientar a base a derrubar simples requerimentos''', refletiu Catan. 

 

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