O juiz César David Maudonnet, da Vara Única de Ribas do Rio Pardo, concedeu liminar que suspendeu o andamento do processo de cassação do mandato do vereador Lucas Lopes Ribeiro, envolvido em um acidente de trânsito no município. A decisão foi tomada após a defesa do parlamentar, o advogado Guilherme Tabosa, alegar que não teve acesso aos documentos que integram o processo aberto na Câmara Municipal.

A medida suspende a tramitação do processo que apura possível infração político-administrativa. De acordo com a decisão judicial, a investigação permanecerá paralisada até que a defesa do vereador tenha acesso completo aos documentos já anexados, podendo exercer o contraditório e a ampla defesa "no momento oportuno".

O caso envolve um acidente de trânsito ocorrido anteriormente na cidade, em fevereiro deste ano. Lucas teria atropelado uma mulher gestante, de 41 anos, ao sair de um show. Em seguida, teria fugido quando bateu em dois carros e um caminhão.

Após o acidente, o vereador teria fugido, sendo quase linchado durante fuga, segundo moradores. Em seguida, teve o carro incendiado pelos presentes. Ele também estaria supostamente embriagado, conforme noticiou na época o site local Ribas Ordinário.

No outro dia, Lucas prestou depoimento à polícia e foi liberado em seguida. Na delegacia, ele afirmou que de fato atropelou a mulher, mas não estava bêbado e que não teria fugido, mas sido retirado devido a uma série de ameaças e agressões que sofreu no local.

O caso gerou ampla repercussão. Na mesma semana, a Câmara abriu um processo para investigar sua conduta em relação ao episódio, o que levou à reação da defesa.

Em nota oficial, o vereador afirmou "absoluto repúdio a qualquer violação das prerrogativas que são a garantia de vida em uma sociedade civilizada" e reforçou que tais práticas "serão combatidas com rigor". A nota também diz que o parlamentar foi liberado logo após prestar depoimento à autoridade policial e que sua versão dos fatos "já foi confirmada publicamente por outros envolvidos no sinistro".

A defesa lamentou a "exploração política sobre o incidente" e declarou que continuará a apresentar os fatos nos canais institucionais adequados. "Buscamos sempre a justiça e o esclarecimento das circunstâncias que cercam este episódio", conclui o comunicado.

A Câmara Municipal ainda não se manifestou oficialmente sobre a suspensão do processo.