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Política

Lula processa ex-senador de MS por danos morais e pede R$ 1,5 milhão

Em delação premiada, Delcídio culpou o ex-presidente por tentativas de silenciar Cerveró

12 novembro 2016 - 09h58Por Diana Christie

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com um processo de reparação de danos morais contra o ex-senador por Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral. O pedido de indenização é no valor de R$ 1,5 milhão, por causa das declarações do ex-petista no acordo de delação premiada, homologado em fevereiro, para ele deixar a cadeia.

Segundo a Revista Veja, a ação foi ajuizada nesta sexta-feira (11). No acordo de colaboração com o relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, Delcídio afirma que o ex-presidente teria o procurado para intermediar tratativa de comprar o silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato.

Conforme o ex-senador, Lula temia a prisão de seu amigo José Carlos Bumlai, que também foi preso no âmbito da Lava Jato, e queria impedir as delações premiadas de Cerveró e do lobista Fernando Baiano. “O depoente pode dizer que o pedido de Lula para auxiliar José Carlos Bumlai, no contexto de ‘segurar’ as delações de Nestor Cerveró, certamente visaria o silêncio deste último e o custeio financeiro de sua respectiva família, fato que era de interesse de Lula”, diz o relatório.

Foi gravação do filho de Cerveró, Bernardo, que acabou com Delcídio na prisão. O jovem ator gravou conversa em que o então senador oferecia uma pensão para a família do ex-diretor da Petrobras e traçava uma rota de fuga para Cerveró deixar o país, passando inclusive por Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Paraguai. Na época, até mesmo o chefe de gabinete de Delcídio acabou preso.

De acordo com a Veja, na ação judicial, os advogados do ex-presidente afirmam que Delcídio do Amaral fez afirmações “mentirosas e mendazes” comprovadas com depoimentos do próprio Nestor Cerveró que, nesta semana, negou ter recebido orientações de Lula para não fazer a delação premiada.

“O maior bem do autor [Lula], conquistado mediante trabalho árduo em longos anos de atividades públicas, é certamente sua reputação no Brasil e no mundo. [...] É justamente esse bem de valor inestimável que foi gravemente atacado pelo réu, por meio de uma mentira, ao relacionar o nome do autor à suposta prática de ato criminoso relacionado ao processo de delação premiada de Nestor Cerveró”, descrevem os advogados do ex-presidente.