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Política

15/05/2019 14:29

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Manifesto contra o governo leva mil pessoas ao centro de Dourados

O ato estava previsto no calendário da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e tinha como pauta principal o combate a Reforma da Previdência

O Centro de Dourados foi tomado, nesta manhã, por manifestantes que protestavam, em ato de abrangência nacional, contra a Reforma da Previdência e os cortes financeiros anunciados pelo Ministério da Educação às universidades e institutos federais.

Segundo estimativa da Guarda Municipal, estavam reunidas cerca de mil pessoas. Conforme a organização, o ato já estava previsto no calendário da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e tinha como pauta principal o combate a Reforma da Previdência, conduzida pelo ministro Paulo Guedes, da Economia.

Porém, com as últimas medidas amplamente divulgadas pelo MEC, que prevê corte de 30% no orçamento das universidades e institutos federais, o movimento ficou mais amplo e reuniu forças com estudantes, pesquisadores, professores e grupos sociais da comunidade acadêmica.

De acordo com o sindicalista José Carlos Brumatti, secretário de Finanças do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação em Dourados), a previsão dos educadores para o futuro do ensino básico e superior não é nada animadora.

“O que a gente tem de previsão é que, pra escola pública, é o caos. O que a gente tem observado como estratégia deste governo é a privatização das universidades públicas. Sem falar das propostas de implementação do ensino à distância no nível médio e a diminuição de oportunidades nos concursos públicos com contrapartida de terceirização do serviço do professor”, comentou.

Brumatti relatou também que uma das estratégias do Governo é distorcer o conceito do professor. “Os alunos também têm capacidade de reflexão, de pensamento. Quando você leva esses debates para a sala de aula várias opiniões surgem. As escolas e os professores têm que ter liberdade para trabalhar, para discutir, debater. O que esse governo quer é limitar as discussões e criar um ambiente de combate entre aluno e professor”, afirma. 

A professora de Geografia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) Maria José Martinelli, avalia o ato desta quarta-feira (15) como ação fundamental para expor o sentimento de resistência diante de medidas que, segundo ela, tem o objetivo de sucatear a atividade universitária. “É fundamental que todos nós tenhamos a consciência dos riscos disso, não só para a universidade, que tem um dos maiores orçamentos do Estado, mas para as cidades. Outro setores, como o comércio, também podem ser afetados por isso”, considerou. 

Ela disse que em sala de aula, os alunos manifestam sensação de insegurança frente às possibilidades de restrição do trabalho de pesquisa e desenvolvimento acadêmico e profissional. Como é o caso da estudante de Medicina da UFGD, Poliana Lourenço Gomes. Ela, que está no terceiro ano do curso, diz temer os prejuízos que serão causados na rotina universitária e também à população beneficiada por esses trabalho, como no Hospital Universitário. 

“Esses impactos eles já vão começar a surtir efeito hoje, agora. A gente se preocupa porque é a vida e o futuro de pessoas que estão em jogo. É por isso que a gente veio pra cá, para unir forças, para lutar pelo direito de todos”, afirmou.

Quem também esteve no movimento foi o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, representado pelo diretor-geral Carlos Vinicius da Silva Figueiredo. Ele antecipou que em caso de permanência das medidas de corte orçamentário há risco de prejuízo às aulas do IFMS. “O pagamento das conta de luz, água e segurança estão em risco com esses cortes. Sem isso a gente não consegue atender esses alunos e cumprir o propósito da educação”, afirma. Carlos Vinicius afirmou que “educação não é gasto é investimento”. “A educação é imprescindível na formação de profissionais competentes, automaticamente ela beneficia de forma expressiva, a economia do País”, concluiu. 

O manifesto iniciou com a aglomeração dos participantes na Praça Antônio João, por volta das 8h, e tomou conta das avenidas Joaquim Teixeira Alves e Marcelino Pires com passeata e panfletagem. Com carros de som distribuídos em dois grupos, os manifestantes entoavam gritos de confronto às medidas e até sobre a atuação de chefes do executivo nacional, estadual e municipal. 

A Guarda Municipal ofereceu apoio com um camburão. Não havia agentes da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) oferecendo controle do tráfego e em alguns momentos, veículos avançavam entre os grupos.

Mais tarde às 16h um grupo de profissionais da educação retornam ao Centro para conscientização da população. E, conforme convocação durante o ato nesta manhã, manifestantes devem marcar presença na Câmara de Vereadores hoje a tarde durante sessão de julgamento que pode cassar ou absolver o mandato de Cirilo Ramão (MDB), afastado por investigação do Ministério Público.

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