Conhecida popularmente como a 'mulher do cafezinho', a empresária e secretária Elza Cristina Amaral chegou às 9h desta quinta-feira (24) para prestar depoimento ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado), na Operação Coffee Break, que terminou em torno das 11h30. Ela se manteve calada diante da imprensa e foi qualificada como testemunha.
A Polícia Federal analisa o fato dela ser braço direito do investigado na Operação Lama Asfáltica, João Amorim. Os indícios apontavam que ela seria responsável por fazer pagamentos de propinas a empresários, servidores públicos e até os políticos, por meio do codinome "cafezinho".
O advogado de Elza, Benedito de Figueiredo, informou que ela foi ouvida apenas na condição de testemunha e respondeu todas as perguntas do promotor Marcos Alex Vera. “O termo cafezinho é uma forma gentil que ela utilizava para agendar as reuniões do João Amorim. Fazia isso por ser secretária, é natural. Mas não existia nenhum tipo de pagamento”, destacou.
Foto: Geovanni Gomes
A assessoria de comunicação do Gaeco confirmou que realmente ela foi ouvida como testemunha, mas não adiantou nada sobre o depoimento.
Investigação
Elza Cristina ficou conhecida após escutas telefônicas do Gaeco serem divulgadas. A empresária supostamente pagava propina aos interessados na sede da empresa Proteco Engenharia Ltda., a pedido do proprietário João Amorim. Nas gravações, diversas pessoas foram flagradas pedindo permissão ao empresário para 'tomar um café com Elza', que segundo os agentes federais, poderia ser o código estabelecido para receber dinheiro ilegal da quadrilha.
Além disso, João Amorim teria a transformado em sócia no ano de 2007, uma vez que ela era funcionária do megaempresário desde 2002, como secretária na Proteco. Em contrapartida, o advogado defende a postura de Elza e diz que não há irregularidades em seu comportamento e ela continua sendo secretária pessoal de João Amorim e sócia minoritária da Protec.