'Não sei se temos o que comemorar", lamenta o presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, do PSDB, sobre o aniversário de Campo Grande. Ele afirma que o prefeito Alcides Bernal, do PP, conseguiu arrecadar o suficiente com os impostos, principalmente, pelo IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), mas que pouco de se fez no município. Rocha ainda alerta que a cidade pode perder e ter que devolver recursos enviados para a Capital que não foram utilizados.
Ao final da sessão desta quinta-feira (25), João Rocha fez um breve balando da gestão do prefeito. "Nós gostaríamos de estar comemorando o aniversário da cidade, não sei se temos tantas coisas para comemorar, infelizmente", lamenta. Ainda destaca que, nesse período de turbulência, a administração da prefeitura de Campo Grande pouco avançou. "Nós não conseguimos identificar [avanços] dos menores até aos mais complexos. Tanto nos serviços públicos, que é no atendimento diário, do cotidiano, quanto na realização de obras e desenvolvimento da cidade. Não conseguimos ver isso".
João Rocha explicou que a cidade arrecadou com o IPTU, que tinha dinheiro em caixa, mas que não teve planejamento para avançar e concretizar obras. E ainda denuncia que recursos podem ser devolvidos. "A prefeitura tem dinheiro na Caixa Econômica e nos bancos depositados, em razão de projetos aprovados, alguns sendo devolvidos e, por conta de uma gestão inoperante, não se tem planejamento e os recursos precisam ser aplicados pela morosidade, inclusive na tramitação burocrática, dentro da prefeitura, as licitações não conseguem ser feitas. Então, isso é um contexto de como está a prefeitura para dentro e pra fora".
O presidente ainda afirmou que a Câmara Municipal tem feito o seu trabalho. "Os recursos estão aí, votamos para o ano que vem R$ 3,5 bilhão". Porém, segundo Rocha, "não estamos vendo nada acontecer na cidade, então sinto muito, mas vamos comemorar o aniversário de um aniversariante que não está sendo cuidado".
Recurso devolvido
De acordo com o presidente, um dos recursos com segurança que correm o risco de voltar para os cofres da União é a pista de atletismo. A obra teria iniciado na própria administração do Acides Bernal.
"Foi dada a ordem de serviço, a empresa veio e começou o trabalho, não recebeu o que fez. Daí, não deu continuidade e é um recurso que está aí, correndo o risco de ser devolvido, tem uma série de outros", afirmou.
O parlamentar ainda afirmou que a própria Câmara Comunitária visitou diversas obras neste ano. "Vimos que todas as obras estão paralisadas, Ceinfs sendo depredado e mato tomando conta. Tudo isso é muito entristecedor", finalizou.