Nomeado ouvidor do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) para o biênio 2015-2016, o conselheiro Osmar Domingues Jeronymo é responsável por analisar todas as denúncias de irregularidades em obras investigadas pela Operação Lama Asfáltica que chegam à Corte Fiscal.
Juntamente com a Assessoria de Engenharia, Arquitetura e Meio Ambiente, chefiada por Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, o conselheiro filtra todas as denúncias da administração anterior que devem ser avaliadas pelo órgão.
Conforme o portal do Tribunal, neste momento a instituição fiscaliza as obras do Aquário do Pantanal, com valor inicial de R$ 84.749.754,23. Segundo o último relatório publicado, a previsão final é de um gasto de R$ 105.840.079,04, com previsão de conclusão até 5 de outubro de 2015.
Osmar Jeronymo foi nomeado dia 1º de janeiro de 2015. De acordo com interceptações realizadas pela PF (Polícia Federal), o ex-deputado estadual Antônio Carlos Arroyo (PR) chegou a ameaçar revelar irregularidades na administração estadual se Jeronymo assumisse a cadeira de conselheiro e ele não fosse indicado, mas nada aconteceu após interferência do empreiteiro João Amorim.
Bacharel em Ciências Econômicas, o ouvidor do TCE-MS Osmar Jeronymo já ocupou os cargos de Secretário de Governo e chefe da Casa Civil, durante a administração do ex-governador André Puccinelli (PMDB), entre 2007 e 2014; também foi secretário municipal de governo em Campo Grande nas gestões de Puccinelli e Nelsinho Trad (PMDB), além de subchefe da Casa Civil na época de Wilson Barbosa Martins e assessor parlamentar na Assembleia Legislativa entre 1987 a 1994.
Quando foi nomeado conselheiro, levou consigo diversos nomes da administração anterior. Entre eles, o ex-titular da Semac (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia), Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, nomeado em 5 de janeiro de 2015 com o salário de R$ 14.705,36.
Na mesma época, receberam cargos o também ex-secretário de Governo e da Casa Civil, Carlos Roberto de Marchi, nomeado chefe de gabinete, a ex-secretária estadual de Administração, Thie Higuchi Viegas dos Santos, como assessora do conselheiro, e o ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), André Luiz Cance, como chefe da Ouvidoria.
Flagrado em ligações telefônicas negociando o recebimento de propinas e também suspeito de ordenar a queima de provas que poderiam incriminar o ex-governador André Puccinelli, apenas André Cance foi exonerado do cargo após a deflagração da Operação Lama Asfáltica.