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Política

Para impedir barganha, Câmara quer apressar julgamento

Escambo

07 março 2014 - 11h15Por Dirceu Martins

Preocupada  com uma possível virada no jogo na novela da cassação do mandato de Alcides Bernal, a Câmara Municipal de Campo Grande deve agilizar a sessão que votará pela cassação, ou não, do prefeito. A grande questão colocada na mesa é a cooptação de outros vereadores para a base de apoio, na imensa barganha de que se alimenta nossa política.

Os anteriormente opositores Edson Shimabukuro (PTB), e Paulo Siufi (PMDB) foram contemplados com cargos para seus staffs, e Bernal ainda pode proceder a alterações em várias secretarias cujos ocupantes apresentam desempenho questionável, ou temerário, e competência duvidosa.

Hoje, a base do prefeito, após perder os dois vereadores tucanos, Rose Modesto e Professor João Rocha, conta com oito integrantes: Zeca, Alex e Ayrton (PT), Luiza Ribeiro (PPS), Gilmar da Cruz (PRB), Cazuza (PP), Edson Shimabukuro (PTB) e Paulo Pedra (PDT). Pedra, inclusive tem sido um defensor muito mais aguerrido do que o líder do prefeito, Alex do PT, perdido por falta de interlocução com o gabinete da Avenida Afonso Pena.

Restam mais próximos e possíveis de se fazerem defensores na Câmara Municipal, os vereadores Carlão (PSB), Alceu Bueno (PSL), Dr. Jamal (PR) e até Paulo Siufi (PMDB), totalizando doze votos a lhe garantirem a continuidade no cargo, não a governabilidade.

O secretário municipal de Governo e Relações Institucionais (Segov), e suplente do senador Delcídio do Amaral, Pedro Chaves (PSC), trabalha com o que tem em mãos, e é muito pouco. Constrói a ponte para, logo após, o trator Bernal derrubar. Sem conseguir mínima interação com os vereadores, aliados ou opositores, o prefeito terá que se valer de cargos e de recursos judiciais para manter o poder que conquistou nas urnas.

Uma segunda questão, que vai além de conquistar para seu grupo político, ou para seu partido, é exercer de fato o comando da pasta. E nesse aspecto reside o segundo grande entrave para dar qualidade ao governo municipal. Bernal é centralizador e não permite que ações tenham continuidade sem o seu aval, então tudo parece e está parado.

Democracia é assim, é eleito o que tem a maioria, mas para governar é necessário que se aglutine forças e se extraia o melhor de cada uma das forças que compõem a administração. Bernal entende de conquistar votos e se fez por intermédio da força que adquiriu com seu programa radiofônico, mas nunca conseguiu se sobressair nos cargos de vereador e deputado. Foram mandatos pífios.

A Justiça brasileira, em seu imenso labirinto, pode manter seu cargo através de recursos e interposições, mas apenas o exercício da interlocução pode lhe dar validade nas ações.