A PRR-3 (Procuradoria Regional da República da 3ª Região) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que recorreu contra a decisão do desembargador Paulo Fontes, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que mandou soltar o ex-secretário-adjunto de Fazenda André Luiz Cance, 47, e o empresário na área de informática Antônio Celso Cortez, 63.
Os dois tinham sido presos na “Computadores de Lama”, a 6ª fase da “Lama Asfáltica”, operação da Polícia Federal que descortinou o maior esquema de corrupção envolvendo empresários, políticos e servidores públicos que se tem notícias em Mato Grosso do Sul.
Ainda de acordo com a PRR-3, a segunda instância do MPF (Ministério Público Federal), os processos com os históricos das apelações que libertaram Cance e Cortez foram entregues nesta quarta-feira (12) a um procurador que atua no Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria, cuja sede fica em São Paulo.
Também conforme a assessoria, “no parecer, a PRR-3 pede que a decisão liminar [que libertou os dois] seja revertida, voltando a ser decretada a prisão dos réus”.
A INVESTIGAÇÃO
A investigação aponta que a trama causou um dano de mais de meio bilhão de reais aos cofres estaduais na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB) – de 2007 a 2014 – que está encarcerado desde o dia 20 de julho passado, quase cinco meses atrás.
A 6ª fase da Lama Asfáltica foi deflagrada no dia 27 de novembro passado com a prisão de Cortez, Cance, além do empresário de informática e fazendeiro João Roberto Baird, 56, e Romilton Rodrigues de Oliveira, 60, que seria laranja de Baird, que permanecem encarcerados.
Sete dias depois Cortez e Cance tiveram os pedidos de habeas corpus concordado TRF-3, em decisão que correu em sigilo.
PROVAS
Baird e Cance, já processados na Justiça Federal por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo relatório da PF, dominaram por década a prestação de serviços ao poder público sul-mato-grossense por meio de suas empresas de informática.
Os dois surgem ainda como suspeitos de agirem num esquema que mandava dinheiro para bancos estrangeiros e, lá, eram trocados por dólar. A operação seria parte da trama para escapar das investigações tocadas pela Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria Geral da União).
A Lama Asfáltica foi deflagrada pela primeira vez em julho de 2015.