O PSDB deve liberar sua bancada na Câmara Federal para votar livremente sobre o projeto das Terceirizações, que tem provocado polêmica e protestos por todo o país. A informação é do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que participou na manhã de hoje (17), da inauguração do Parque das Matas Segredo.
“Eu acho que isso é uma grande discussão a nível nacional. Eu conversei inclusive com o Aécio Neves, que é presidente nacional do nosso partido, e ele me disse que estão muito divididas as opiniões dentro da bancada e que, provavelmente, na votação de quarta-feira (22), o PSDB deve liberar sua bancada para que cada um vote com sua consciência”, informou.
A proposta seria votada na sessão de ontem (16), mas precisou ser retirada de pauta representando a primeira derrota do presidente da Casa, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). A bancada federal de Mato Grosso do Sul teve participação efetiva na aprovação do texto base, uma vez que dos oito deputados federais, seis votaram a favor do projeto. Leia mais clicando aqui.
O autor do requerimento, líder do PSD, Rogério Rosso (DF), admitiu que a pressão popular foi determinante para sua iniciativa. Ele foi um dos citados em um panfleto de autoria da CUT (Central Única dos Trabalhadores) como “procurado: deputados ladrões de direitos” que votaram a favor da lei na semana passada. “Fomos surpreendidos de forma covarde com a distribuição de panfletos em todo o Brasil”, disse Rosso no plenário.
Após o pedido - e mesmo tendo havido uma votação em massa com 324 votos a favor do texto, 137 contra e 2 abstenções – a manifestação das lideranças partidárias mostrou um plenário dividido. Cunha chegou a avisar que mesmo que o requerimento fosse aprovado, ele convocaria imediatamente uma sessão extraordinária, para que houvesse outra tentativa de aprovar o projeto.
Entretanto, com medo de perder, ele recuou. Suspendeu a sessão sem abrir a votação do requerimento e chamou os líderes para uma reunião a portas fechadas em seu gabinete. Na conversa, acertou-se jogar o assunto para a semana que vem. Na saída da reunião a portas fechadas, Cunha justificou à imprensa um risco de uma ‘maioria precária’ ser derrotada.
Racha
Após o adiamento e os protestos, houve um racha na base do governo e de oposição. PMDB atuou para derrotar o adiamento, com apoio dos oposicionistas DEM e PPS. Já o PT conseguiu uma curiosa aliança com o oposicionista PSDB para enfrentar Cunha e a votação da terceirização.
Na avaliação dos analistas políticos nacionais, o adiamento da votação cria um cenário complexo na Câmara. Isso porque até o fim de abril devem passar pelo plenário duas medidas provisórias de autoria do Governo para restringir acesso a direitos trabalhistas como seguro-desemprego, abono-salarial e pensão por morte. O governista PT que está a frete do combate a Lei da terceirização terá que apoiar as MPs, assim como a CUT, que é aliada do Planalto. Nesse cenário, líderes oposicionistas já começam a falar em ‘dar o troco’.
Protestos em MS
Em MS os trabalhadores realizaram protestos no aeroporto no último dia 9 de abril- quando os parlamentares federais desembarcaram na Capital Campo Grande e na quinta (16) quando os congressistas embarcavam para a votação. Segundo participantes da ação, os parlamentares correram do debate ao se depararem com os cartazes “Procurado: inimigo do Trabalhador”. Leia mais clicando aqui.