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Política

29/08/2015 12:34

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Queda de Bernal e governo Olarte estavam prontos em 2013, revela Gaeco

O presidente afastado da Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar, disse, em depoimento prestado na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) ao promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, que a cassação do atual prefeito Alcides Bernal, do PP, já era dada como certa em 2013, mesmo antes do resultado final Comissão Processante. Conforme o parlamentar, a existência de crimes político-administrativos acabariam pondo fim, uma hora ou outra, na administração de Bernal.

Conforme o depoimento, Mario Cesar alega que a cassação de Bernal apenas foi adiada por conta da Justiça, que suspendeu a primeira sessão de julgamento.

No depoimento, o peemedebista conversa com principal envolvido na Operação Lama Asfáltica, deflagrada pela Polícia Federal, empresário João Amorim e que supostas 'garantias de cargos na administração municipal' teriam influenciado no voto dos vereadores que optaram pela cassação de Alcides Bernal, no dia 14 de março de 2014. Ao ser questionado quais pedidos teriam sido feito ao empresário, o vereador disse que não saberia ao certo, o conteúdo de cada pedido, mas acreditava ser 'espaço na administração pública'. No diálogo, Mario fala a Amorim que vereadores estariam pedindo 'algo'.

Ao promotor, Mario Cesar, que disse que antes da cassação foram feitas várias reuniões entre os vereadores para tratar sobre uma eventual cassação de Alcides Bernal e que 'havia um senso comum entre os parlamentares que a cassação seria inevitável'. Ainda em 2013, houveram reuniões políticas para articulação para um novo governo. "Vários seguimentos políticos, inclusive com a participação de Gilmar Olarte (na época vice-prefeito)" participavam destes encontros. A estratégia seria montar "uma equipe de governo, uma vez que não haveria governo de transição", relatou.

E em dezembro de 2013, o presidente já tinha percebido que alguns partidos já tinham definição certa no governo de Gilmar Olarte, antes mesmo da decisão final da Processante ocorrida em 2014. "Houve uma acomodação de forças políticas em uma eventual gestão de Gilmar Olarte. Que alguns partidos já no final de 2013, já tinham deliberado pela ocupação de setores na gestão de Gilmar de Olarte formando uma coalizão e que essa acomodação foi 'preponderante' para influenciar o convencimento de vereadores a votarem pela cassação de Alcides Bernal".

Ligações com Amorim

Mario Cesar esclareceu ao promotor sobre que tipo de relação mantinha com o empresário João Amorim. No depoimento, ele confirma que mantinha uma 'amizade esporádica'  com o empresário e que já tinha 'frequentado' a casa de Amorim e que tinha conhecimentos que o empreiteiro mantinha contratos com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Campo Grande.

O presidente afastado contou a Marcos Veras que o empresário estaria insatisfeito com a gestão de Alcides Bernal, justamente, por não estar recebendo recursos por serviços prestados à prefeitura.  A principal queixa seria com relação ao serviço de coleta de lixo feita pela Concessionária Solurb CG, a qual a Polícia Federal afirma que o empresário seria sócio oculto dentro do consórcio, tem o genro, João Dolzan, como um dos donos da Solurb.

No dia 26 de dezembro de 2013, quando houve uma série de liminares judiciais que resultaram na suspensão da votação final da Comissão Processante e que foi retomada em fevereiro de 2014. Neste período, o vereador foi flagrado em escutas telefônicas conversando com o empresário sobre o tema do julgamento.  

E que em fevereiro de 2014, o mesmo teria recebido um 'pedido' de Amorim para que fosse conversar com Bernal para que ele pudesse receber valores que não foram pagos à Solurb pela prefeitura. No depoimento, Mario Cesar diz que 'o diálogo com Bernal não deu resultado' e negou que o atual prefeito tenha feito qualquer pedido propina à Amorim.

Mesmo após ser flagrado nas escutas, o presidente afastado afirmou ao promotor que o diálogo por meio de telefone não teriam ligações sobre o resultado final da Comissão Processante. Porém, na escuta, Mario Cesar passa a Amorim que Olarte 'faria um bom governo'. E que houve encontros entre os empresários João Amorim, João Baird e Gilmar Olarte.

Códigos da Lama Asfáltica

O promotor do Gaeco pediu esclarecimentos ao presidente afastado sobre alguns 'códigos' flagrados durante escutas feitas pela Polícia Federal.  Um delas seria quem seria o 'goiano' que aparece nas escutas. Mario Cesar afirma que seria o prefeito afastado Gilmar Olarte, considerando que as iniciais do nome do pastor seria GO - e que fazia alusão ao Estado de Goiás - por essa razão, Olarte teria recebido o apelido de 'goiano'.

No dia da cassação, Mario manteve diálogo com Amorim e lá ele citou a palavra 'mosqueteiros'. O vereador esclareceu que seria um apelido ligado ao atual prefeito Alcides Bernal, ao ex-secretário de Governo, professor Pedro Chaves, e ao senador Delcídio do Amaral que 'trabalhavam para forma uma coalizão e evitasse uma cassação". Neste dia, o presidente já estava confiante que Bernal seria afastado.

Amorim e PMDB

O vereador também foi flagrado após a cassação de Bernal, discutindo assuntos de interesses partidários com o empresário, sem que ele fizesse parte do PMDB. Uma das questões seria outra 'insatisfação' de Amorim. O empreiteiro não queria que o secretário de Infraestrutura da era Bernal-Olarte, Semy Ferraz, permanecesse no cargo. Amorim teria dito que caberia ao PMDB cobrar Olarte sobre a troca de secretário.  No entanto, o prefeito afastado não teria cedido ao pedido e manteve Semy na função.

Em outra conversa, Mario Cesar conversava com Amorim sobre questões de interesse do PMDB, por exemplo, sobre em assumir a Educação do município e outras secretárias. Mas no final, nenhuma teria sido repassada oficialmente ao partido.

Ao final do depoimento, o parlamentar garantiu que encaminhou o seu voto dentro da sua 'convicção' e que não 'houve vantagens e nem promessas para votar pela cassação' e nem vantagens a João Amorim. O vereador ainda se pré-dispôs ao promotor, autorizar a Justiça a ter acesso aos seus dados bancários e fiscais caso houvesse necessidade.

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