O caso envolvendo o Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde) custou a prefeitura de Campo Grande R$ 8 milhões, recursos oriundos do Ministério da Saúde e que terão que ser devolvidos aos cofres da União, já que o programa jamais chegou a ser instalado pelos administradores do município. O Gisa teria a principal missão de beneficiar a população com o melhor atendimento e controle sobre a Saúde do município.
A "bomba" virou um jogo de empurra-empurra entre o atual administrador da cidade, Gilmar Olarte (PP), e dois ex-prefeitos, Alcides Bernal, também do PP, e Nelsinho Trad, do PMDB. Ninguém assume o problema, e todos culpam um aos outros.
Em entrevista ao site Top Mídia News, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, por exemplo, apresentou documentos que supostamente comprovariam o funcionamento do sistema considerado polêmico e obscuro para a administração atual. Segundo ele, foi Bernal que parou com o sistema, e Olarte que não o retomou.
Mesmo mostrando documentos, o não funcionamento do Gisa é causa comum na população campo-grandense, que reclama que nunca conseguiu usar o serviço. O ex-prefeito corre risco de ser responsabilizado na Justiça.
Trad Filho se eximiu da responsabilidade e jogou o descaso do programa para o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal - a qual Nelsinho o acusa de ter demitido 46 servidores comissionados que seriam responsáveis para administrar o programa e fazer a o treinamento dos servidores da unidades de saúde e de outras áreas que o programa abrangia.
"O Bernal iniciou essa situação quando demitiu os 46 pessoas que faziam o treinamento dos servidores. Esses profissionais passaram por treinamento e cursos e sabiam de cabeça mexes com esse programa. Ele esfacelou e iniciou a criminalização deste projeto", comentou Nelsinho.
Já Bernal chegou afirma que o projeto apresentava sérios problemas na sua implantação e que, após avaliações realizadas por uma auditoria, recebeu inúmeras reclamações e relatórios onde contestavam a eficiência do programa e que por esta razão, o programa não tinha condições de dar continuidade e programa ficou paralisado.
Com a troca de administração, que depôs o ex-prefeito de Alcides Bernal, o atual prefeito Gilmar Olarte prorrogou o contrato com a empresa Telemídia responsável pelo desenvolvimento por mais um ano terminando em julho de 2015. Porém, mesmo com mais de 80% do projeto concluído Olarte não colocou em prática o projeto.
Durante agenda pública realizada nesta manhã, Olarte afirmou o atual secretário municipal de Saúde, Jamal Salem está cuidando do assunto e que o caso está na Procuradoria-Geral do Município e se eximiu da responsabilidade. "Esse problema é da gestão anterior, não é da minha alçada e nem da minha competência julgar este caso", se limitando em responder.
Uma vez que o Gisa não foi aplicado, o Ministério da Saúde, rescindiu o contrato com a empresa. O decreto foi publicado no dia 8 de janeiro no Diário Oficial da União. Agora a Sesau terá que devolver o valor investido, de R$ 8 milhões.