Histórico. Essa o termo que define perfeitamente 2014 na vida política de Campo Grande, maior cidade de Mato Grosso do Sul. Pela primeira vez em seus 115 anos, a Capital teve um impeachment, mudando de prefeito de um dia para o outro.
No dia 13 de março de 2014, Alcides Bernal, do PP, teve o mandato cassado pela Câmara dos Vereadores, com 23 votos favoráveis e 6 contra. Naquele dia, Bernal deixava de comandar o Executivo de Campo Grande após pouco mais de 14 meses de eleito.
A cassação foi apenas o resultado de uma intensa queda de braço entre Bernal e vereadores, que começou logo após o prefeito assumir o cargo, no dia 1º de janeiro de 2013. Bernal foi eleito no ano anterior, com 270 mil votos, derrubando Edson Giroto, do PMDB, então favorito a ocupar o cargo.
A curta gestão de Bernal foi marcada por intensas brigas com vereadores, e pelo marasmo vivido pela administração municipal. Falta de serviços básicos, como manutenção nas ruas, e demora para emissão de documentos simples, como o Habite-se, foram situações comuns na gestão do progressista.
Com informações de falta de pagamento da prefeitura para empresas terceirizadas, a Câmara abriu, ainda em 2013, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote. Este foi o primeiro passo para a derrocada de Bernal.
Nos trabalhos parlamentares, os vereadores constataram uma série de supostas irregularidades, como direcionamento de licitações e falta de pagamentos. O relatório da CPI do Calote foi a base para a abertura da Comissão Processante contra Bernal.
A defesa do então prefeito ainda conseguiu adiar o processo, e Bernla fechou 2013 como prefeito de Campo Grande. Porém, 2014 iniciou com o retorno da Comissão Processante. Em março, o auge do processo: a cassação de Bernal.
Alcides Bernal saiu da prefeitura falando em “complô” e “golpe político” e ainda luta para retomar, na Justiça, o direito de ser administrador da Capital. Ele até teve liminar favorável, e voltou a ser chefe do Executivo, em decisão que durou apenas sete horas.
Bernal ainda concorreu ao Senado em 2014, mas acabou perdendo a eleição. Hoje, estudo seu futuro político, e luta no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para retomar o mandato.