A senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke, do PSL, recorreu ao Facebook, na tarde desta quarta-feira (14), para protestar contra o fato de o ex-presidente Lula, que está preso desde abril do ano passado, no prédio da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), "ter acesso às redes sociais".
A ideia da senadora é excluir o nome do ex-presidente do Facebook, Instagram e Twitter. Soraya cita trecho do artigo 50 da Lei de Execuções Penais, que diz, “comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo”.
A parlamentar sustenta ainda ter “oficiado” acerca do assunto o comando da Facebook, Instagram e Twitter, canais por onde o ex-presidente estaria se comunicando com o “ambiente externo”. Soraya anuncia também que comunicou o fato ao juiz da Vara de Execuções, que cuida do processo de Lula.
“Todos são iguais perante a lei”, afirma a senadora, deixando a entender que só Lula, encarcerado, estaria sendo favorecido com a “liberdade” para se comunicar com as pessoas.
Lula foi condenado a oito anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes que têm sido contestados por advogados que os defendem.
O ex-presidente não teria, de dentro da cela, como publicar textos seus em redes sociais. A carceragem da PF onde cumpre prisão já informou que, dentro da cela, o ex-presidente tem acesso a uma TV, apenas. Quem alimenta suas redes de comunicação são pessoas, presume-se, ligadas ao ex-presidente.
Na noite de terça-feira, por exemplo, a deputada federal Gleise Hoffmann (PT) leu no plenário da Câmara Federal uma carta de Lula destinada ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na mensagem, o ex-presidente agradeceu Maia pelo manifesto contrário à transferência da carceragem da PF no Paraná para o presídio de Tremembé, interior de São Paulo. A Justiça Federal de Curitiba foi quem mandou levar Lula para carceragem comum, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) desfez a medida no mesmo dia, na semana passada.