Em entrevista à revista Veja, o presidente interino Michel Temer afirmou que a Operação Lava Jato não vai abalar o governo. Ele citou algumas medidas adotadas desde que assumiu a presidência, como a desvinculação de receitas da Uniãoe a negociação da dívida com os estados, para exemplificar que as investigações da Polícia Federal não vão interferir. "A Lava Jato não atrapalha em nada", disse.

Ele também comentou que não tem informações sobre propinas que integrantes do PMDB, partido que presidiu por 15 anos, teriam recebido, como apontam as investigações. De acordo com Temer, essas acusações ainda merecem ser comprovadas e não são definitivas.

"Eu cuidava das doações oficiais. Nunca soube que alguém pudesse dar verbas fora da doação oficial. E são afirmações que merecem comprovação, não são definitivas, têm de ser comprovadas", afirmou o presidente interino.

Para o presidente, a finalização do processo de impeachment no Senado, em agosto, vai possibilitar a abertura de um novo campo e vai facilitar para que empresas estrangeiras façam investimentos no país. "Sinto que a confiança no Brasil está começando a renascer", comentou o peemedebista.

Temer lamentou, na entrevista, as acusações e ataques pessoas que sofre de setores ligados à presidente afastada, Dilma Rousseff. "Tentaram invadir meu escritório em São Paulo. Outro dia, um grupo se postou em frente a minha casa e começou a gritar palavrões, assustando minha mulher e meu filho", afirmou. Ele ainda falou sobre a exposição que o presidente da República é alvo: "Não vou a cinema, não vou a restaurante. Se for, vão dez seguranças comigo".