“Todos sabiam que tinha um percentual dos contratos da área de abastecimento. Dois 3%, 2% era para atender ao PT através da diretoria de Serviços”, afirma em depoimento o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, conforme informação do jornalista Fausto Macedo em seu Blog no Estadão.
Ouça os áudios do depoimento de Paulo Roberto Costa à Justiça Federal (a pedido dos advogados, Costa não foi filmado)
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Parte 3
“O que rezava dentro da companhia era que esse valor integral (3%) ia para o PT”, afirmou Costa. Ele acusou diretamente o tesoureiro do PT, João Vaccari, ao ser questionado sobre quem fazia a entrega ou a distribuição da propina ao partido do governo. “Dentro do PT (o contato) do diretor de serviços era com o tesoureiro do PT, sr. João Vaccari, a ligação era diretamente com ele.”
Ele disse que a diretoria Internacional tinha indicação do PMDB. “Então, tinha indicação do PMDB, então tinha também recursos que eram repassados para o PMDB na diretoria Internacional.”
Questionado se recebia parte desses valores da corrupção, Costa confessou. “Sim, em valores médios o que acontecia. Do 1% para o PP, em média 60% ia para o partido, 20% para despesas às vezes de emissão de nota fiscal e para envio e 20% restantes eram repassados assim, 70% para mim e 30% para o Janene ou Alberto Youssef.”
Indicações. Paulo Roberto Costa afirmou que todas as diretorias da Petrobrás são ocupadas por indicações políticas. Ele disse que foi indicado, em 2004, pelo então deputado José Janene, do PP – Janene, réu do mensalão do PT, morreu em 2010.
Segundo Costa, desde o governo José Sarney (1985/1989) as indicações políticas são rotineiras na Petrobrás. Ele confirmou ainda que todos os diretores da estatal, bem como os presidentes da empresa José Eduardo Dutra, na época em que ele entrou na diretoria de Abastecimento (2004), e José Sergio Gabrielli, que assumiu a presidência da estatal em 2005, sabiam de sua indicação política.
COM A PALAVRA, A DEFESA:
Em nota divulgada na quarta-feira, 8, a Transpetro rechaçou as acusações feitas por Paulo Roberto Costa. Veja abaixo a íntegra da nota:
“O presidente da Transpetro, Sergio Machado, nega com veemência as afirmações atribuídas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Trata-se de uma afirmação absurda e falsa. Machado está indignado com a divulgação do suposto conteúdo de um depoimento dado a portas fechadas e sobre o qual não se tem nenhuma informação oficial. Tomará todas as providências cabíveis para restabelecer a verdade e defender sua honra, processando judicialmente quem quer que seja na defesa da Transpetro. Ressalta ainda a sua estranheza com o fato desse vazamento ter ocorrido no meio do processo eleitoral.
Sergio Machado jamais foi processado pelo Ministério Público ou por qualquer outra autoridade brasileira em decorrência de seus atos ao longo de 30 anos de vida pública.”