Dinheiro para terminar a obra do Aquário do Pantanal. Esse é o motivo que rachou de vez a já desgastada relação entre PMDB e PSDB em Mato Grosso do Sul. Os peemedebistas, que comandam o Estado até 31 de dezembro, querem deixar R$ 34 milhões garantidos para terminar a empreita, enquanto os tucanos lutam para se livrar da obrigação de investir a quantia milionária no símbolo da administração de André Puccinelli.
O “fim da picada” na relação entre os dois partidos ocorreu com Projeto de Lei encaminhado à Assembleia pelo Executivo. Na proposta, ficariam destinados R$ 34 milhões do orçamento de 2015 para terminar o Aquário. A verba, proveniente dos R$ 60 milhões do Fundo Estadual do Meio Ambiente, seria “carimbada”, ou seja, não poderia ser usada para outra destinação.
O projeto é defendido por peemedebistas e aliados, a mando do governador André Puccinelli. Já os tucanos, que assumem o Estado no primeiro dia de 2015, querem que Reinaldo Azambuja tenha liberdade de usar a verba onde bem entender, desde que seja no setor do meio ambiente.
O impasse rachou de vez a relação entre PMDB e PSDB no Estado, e pode refletir em toda a conjuntura política para o mandato de Azambuja.
Os partidos já acumulam uma série de troca de farpas após as eleições, começando pelas críticas de Azambuja ao mandato de Puccinelli, mais ácidas nos últimos dias. Ninguém confirma, mas o tucano estaria preocupado com uma possível aproximação entre PT e PMDB no Estado, que colocaria em xeque o planejamento do PSDB para as eleições 2016.
Além disso, o PSDB ameaça romper o acordo extraoficial que tem com o PMDB, que garantiria a presidência da Assembleia ao peemedebista Junior Mochi. A indicação era dada como certa, mas começa a ser ameaçada por ordem do ninho tucano.
Com essa série de rusgas, Azambuja pode enfrentar problemas de governabilidade em 2015, já que o PMDB, sozinho, conta com cinco deputados estaduais.