O prefeito Gilmar Olarte, do PP, ainda não conseguiu realizar a reforma administrativa que prometeu logo depois que assumiu o comando da prefeitura, há praticamente um ano. Houveram diversas mudanças no primeiro escalão para fazer "ajustes", mas nenhum nome com experiência suficiente foi encontrado para mudar o cenário da atual gestão.
O principal questionamento é com o nome de Valtemir Brito, o Kako, para ocupar a chefia da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação). Ele, que é administrador e ocupava a Secretaria de Administração da cidade, não conseguiu colocar as obras em ordem, e ainda é apontado como o grande "chefe" da prefeitura, com poderes até maiores que o de Olarte.
As trocas também não agradaram os vereadores da Câmara Municipal, que afirmam que a administração do atual chefe do Executivo caminha a "passos lentos" devido a morosidade. Os parlamentares se queixam dos atuais secretários, por não serem atendidos com a devida atenção e celeridade.
As principais reclamações dos vereadores estão ligadas à demora no atendimento aos requerimentos encaminhando para as secretárias, principalmente, aos enviados à Seintrha, que tem como titular Valtemir Alves de Brito. Recentemente, o secretário encaminhou para a Casa de Leis uma planilha das empresas que prestam serviço para a prefeitura sobre os tapa buracos. Mas se confundiu e encaminhou valores errados. A soma não batia com as informações repassadas.
Valtemir já tinha sido alvo do vereador Paulo Pedra, do PDT, no início deste mês, onde o classificou como um dos secretários que se consideram "deuses", uma vez que administram as secretarias sem prestar contas sobre o planejamento de execução e metas que precisam ser alcançadas. Pelos bastidores, alguns ainda comentam que o secretário estaria lá apenas para fazer alguns "acertos" nos contratos fechado pela prefeitura no setor de obras.
A vereadora Luiza Ribeiro, PPS, afirmou em entrevista ao site Top Mídia News que Seintrha precisa passar por investigação minuciosa devido às denúncias que surgem na imprensa de irregularidades. "A Secretaria de Obras precisa ser investigada porque os contratos já vêm a bastante tempo com denúncias de manipulação, majoração, favorecimento de contratos. O órgão precisa responder sob pena de crime de responsabilidade e de mal administração de recurso público. A transparência é a base de tudo".
Para a vereadora Thais Helena, do PT, também comentou sobre as conversas de bastidores. "São coisa que a gente houve dizer, mas que não foram concretizadas. Mas são coisas como essa que a gente precisa investigar".
O secretário por meio de ofício solicitou maior prazo, que acabaria no dia 13, e foi prorrogado para o próximo dia 26 de fevereiro, para encaminhar todos os documentos que envolve as empresas de tapa buraco. O caso foi tratado como uma manobra para ganhar tempo pela vereadora. "Não justifica o secretário [Valtemir] pedir mais uma semana para tirar cópias. Isso é uma estratégia para ganhar tempo, para esfriar os ânimos sobre essa questão do tapa buraco".
Thais ainda informou que a única forma do secretário e até o mesmo prefeito Gilmar Olarte evitarem a Comissão Parlamentar de Inquérito é com a transparência nas informações repassadas e de forma correta. "Já que querem impedir a CPI que enviem logo os documentos com as informações mais transparente possível para que de fato possam enterrar essa solicitação. Ou então, a gente vai ficar sempre colocando essa questão e pedindo para que os demais vereadores assinem o requerimento onde ainda faltam mais duas assinaturas".
Os demais parlamentares já anunciaram que vão aguardar o encaminhamento até a data prevista. Caso as informações não sejam suficientes alguns já informaram que assinam o requerimento para criar a CPI que deve investigar o caso do tapa buraco em Campo Grande. Enquanto isso, Olarte se articula convidando vereadores da situação para acertar as 'arestas' e evitar que se unam a oposição para abrir a CPI.
