Os vereadores estão reunidos, na manhã desta terça-feira (7), na presidência da Câmara Municipal para discutir a possibilidade de abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a ‘máfia dos táxis’. O encontro ocorre a portas fechadas há cerca de uma hora e não possui a participação de nenhum representante dos taxistas.
A discussão ocorre no mesmo dia em que o prefeito Marquinhos Trad (PSDB) revogou a portaria que regulamenta o serviço de caronas pagas realizado pela Uber. A medida, no entanto, é temporária para que os trabalhadores tenham tempo para se adequar às novas regras.
‘Máfia dos táxis’ designa a concentração de alvarás registrados em nome de poucas famílias e empresas, problema que se perpetua há anos em Campo Grande sem mudanças significativas na legislação. De acordo com dados da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), são apenas 490 veículos que possui autorização para explorar o serviço.
Além disso, hoje, 17 microempresas controlam 114 veículos da frota de táxis, o equivalente a 23,2% de todos os alvarás disponíveis. Somente a família do permissionário Moacir Joaquim de Matos, que faleceu no ano passado, possui 28 veículos. Um contraste com o número de auxiliares, cerca de 750, que são motoristas que pagam para trabalhar e efetivamente fazem as corridas.
As razões sociais em nome de Francisca Pereira dos Santos e Orocídio de Araújo possuem 15 veículos cada. Com 14 táxis, a empresa de Benevides Juliace Ponce fecha a lista dos permissionários com mais de dez automóveis. Elton Pereira de Matos e Maria Helena Juliace de Araújo trabalham com, respectivamente, oito e sete táxis. O restante das empresas tem entre um e cinco carros.
Além das personalidades jurídicas, o número de sobrenomes iguais se destaca na lista de permissionários disponibilizada pela prefeitura. Somente o sobrenome “Sandim”, por exemplo, aparece em 16 permissões para o serviço de táxi de Campo Grande, nenhuma de empresa. Sobrenomes incomuns como Oshiro, Shimabuco, Zakimi, Nakashita, entre outros, também se repetem.







