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Política

Vereadores querem que Dilma reduza salário antes de 'cortar na carne'

23 setembro 2015 - 07h00Por Dany Nascimento
Vereadores querem que Dilma reduza salário antes de 'cortar na carne'

Diante de movimento realizado na Capital, que está colhendo assinaturas da população com o objetivo de protocolar um pedido na Câmara Municipal solicitando a redução do salário dos vereadores de Campo Grande, os parlamentares dizem que a proposta deve ser discutida. Porém, alegam que a redução deveria ser feita em movimento cascata, começando pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT).

Para o vereador Chocolate (PP por liminar), a proposta é válida desde que seja aplicada também para políticos que ocupam mandatos superiores. "O vereador tem sim um salário bom e com ele, consegue ajudar as pessoas. Se a proposta baixar o salário da presidente, dos deputados federais, estaduais e senadores, ai sim eu acho justo. Tem que começar lá de cima".

Assim como Chocolate, o vereador Chiquinho Telles (PSD) disse que os cortes devem começar pela presidência até chegar aos vereadores. "Eu acho importante essa proposta, mas tem que ser em efeito cascata, ganhamos 75% do que ganha um deputado estadual e a lei diz que o salário do vereador é até 75% do salário de um deputado estadual. Acho que deve ser feito em efeito cascata, começa no Senado Federal e vem descendo".

Questionado sobre os vereadores de Campo Grande acatarem a proposta, levando em consideração que a Capital passa por uma forte crise, diante de dados apresentados pelo prefeito Alcides Bernal (PP), Chiquinho diz que a proposta deve entrar em discussão e defende ainda, a redução do número de parlamentares.

"Parece que vai tramitar na Casa, um projeto que diminui o número de vereadores de 29 para 24, já seriam menos cinco. Essa questão de reduzir salários temos que discutir, ela tem que vim para a Casa para ser discutida, eu não tenho nada contra, acho que fragiliza um pouco a caminhada do parlamentar, mas acredito que vale ser discutida", afirma o vereador do PSD.

Chiquinho ressalta que a diminuição do salário pode reduzir o ritmo dos parlamentares que atendem os bairros. "Com a redução você corre menos, para quem trabalhar 24 horas dificulta. Eu atendo no gabinete das Moreninhas, atendo na Câmara, as pessoas acharam caminho da Câmara para solução de imediato, porque quando a pessoa não encontra o que necessita na SAS (Secretaria de Assistência Social), ele recorre ao vereador. Não é obrigação do vereador dar cesta básica, comprar um remédio, mas acabamos sim utilizando do nosso salário para ajudar as pessoas. Não vamos negar um remédio para um pai que está desesperado ou uma cesta básica para pessoas que estão com dificuldades financeiras. Agora se você só vai para a sessão, não tem escritório no meio do  bairro, ai eu acredito que para esses seria normal".

De acordo com Eduardo Romero (PT do B), o problema não está no subsídio e sim na fiscalização feita no trabalho desenvolvido por cada vereador. "Tudo que vem da sociedade deve ser discutido, mas o que eu quero dizer é que mais do que concordar ou discordar com a redução do salário, ou com outra situação como o número de vagas de vereadores, o que eu vejo que faz falta não é o quanto recebe um político, mas sim o quanto ele é fiscalizado, o quanto a população acompanha, o quanto os órgãos responsáveis pela transparência fiscalizam esse ou aquele político. O problema não está no subsidio, mas sim no que esse agente político faz pela sociedade".

A reivindicação é para que o salário dos vereadores, que atualmente corresponde a R$ 15.031,00, seja baseado de acordo com o grau de escolaridade, presença nas sessões e projetos apresentados por cada parlamentar na Casa de Leis.

  

Além disso, o objetivo é barrar o reajuste do salário em 2017 que passará a ser de R$ 20 mil, já que os vereadores aprovaram em dezembro do ano passado, o projeto de reajuste.  De acordo com Dênis Pereira da Silva, que trouxe o movimento para a Capital, a luta é para que 90% dos vereadores que possuem nível médio passem a receber de R$ 1.500,00 a 2.500,00 e 78% que possuem ensino superior, recebam de R$ 3.300,00 a 5.300,00, levando em consideração a exigência que o mercado de trabalho faz à população ao oferecer uma vaga de emprego.