Em desespero e denunciando descaso no atendimento, um jovem de 27 anos afirma que a esposa de 22 anos está com 40 semanas de gestação, em trabalho de parto, sangrando e aguardando há cinco horas uma cirurgia cesariana no Hospital Regional, em Campo Grande.
Ele conta que a mulher foi diagnosticada ontem (26) com covid-19 e está com sinais de eclâmpsia, o que causa ainda mais preocupação.
A parturiente chegou ao HR após encaminhamento da Cândido Mariano, local onde ela se consultou e foi constatada a covid. O marido cita que, após chegar ao HR, a médica local prometeu que a cirurgia seria realizada até às 11h de hoje, mas até agora nada foi feito e a mulher está isolada em uma sala e sangrando.
O marido diz que tentou falar com a médica e outros funcionários, mas ninguém deu atenção ou respostas sobre a esposa.
“Ela está sozinha há uma hora na sala de parto, sangrando, mas ninguém faz nada. Subiram ela para a sala e ela está sangrando há uma hora. Ela está sozinha. Estou desesperado aqui embaixo, deixei com ela um carregador e não foi entregue. É um descaso. Não informam nada.”
Com covid e sinais de eclâmpsia, parturiente está há 3 dias tentando cesária pic.twitter.com/DOvy4vdHMz
— TopMídia News (@topmidianews) January 27, 2022
Peregrinação
Segundo, o rapaz que preferiu não se identificar, a mulher fez pré-natal na UBS do bairro Nova Lima, onde eles residem. Ela foi encaminhada na segunda-feira (24) para realizar o parto na Santa Casa, com indicação de realizar cesária ou parto induzido, mas após consulta no local foi mandada de volta para a casa.
Segundo ele, a assistente social da Santa Casa disse que não havia vaga em nenhum local. Eles foram para a Cândido Mariano, mas também foram orientados para ir para a casa. Isso tudo na segunda.
Na quarta-feira (26) ela acordou já acordou com sintomas de covid-19, além da dor do parto. Sintomas de eclampsia com pressão muito alta. O casal foi novamente a Cândido Mariano, onde receberam encaminhamento para o RH por conta dos sintomas de covid da parturiente.
Ela deu entrada às 15h de quarta-feira (26) no Hospital Regional onde aguarda ser atendida.
“É a nossa primeira filha. Passamos por três hospitais e todos disseram que era para nascer na segunda. Mas, como ela teve eclampsia e covid, eles encaminharam para o Hospital Regional porque é o de referencia nesses tratamentos. Estou muito preocupado com ela e com o bebê. Só quero que eles fiquem bem e sejam atendidos”, disse o marido.
Atualização
Após contato da redação com o hospital, o marido da parturiente informou que ela teve a cirurgia realizada às 12h30.
O que diz o HR?
A assessoria de comunicação do Hospital Regional foi questionada sobre o atendimento da parturiente e disse em resposta:
“1 e 2 o HRMS não repassa informações de pacientes à imprensa. Há que se preservar o sigilo médico/paciente.
Observação:
1. Todos os casos nos campos, administrativo e assistencial são pautados nos ditames éticos e legais vigentes.
2. O HRMS respeita o ato médico, sendo ele o médico, responsável em atribuir a melhor conduta para cada caso individualmente.
3. Toda conduta médica é previamente discutido com as pacientes.
4. Os médicos do centro obstétrico levam em consideração, ainda, a vida pós-parto da mãe, a possibilidade de ter novos filhos e a condição do útero para suportar uma nova gestação.
5. Quaisquer informações adicionais, a família ou as pacientes devem procurar a ouvidoria do Hospital Regional para que possamos respondê-los de forma oficial.”
(Matéria atualizada às 13h55 para acréscimo de informações sobre horário de cirurgia da paciente)