No Dia de Combate ao Câncer, o alerta é para um tipo de câncer que tem sido diagnosticado com mais frequência no Brasil. É o câncer colorretal ou câncer do intestino grosso. Hoje, já é o terceiro tumor mais freqüente entre homens e mulheres, no país. Mesmo com os avanços em diagnóstico e tratamento, a mortalidade, neste tipo de câncer, vem aumentando e cerca de 25% dos pacientes são diagnosticados quando a doença já está disseminada.
O médico Cesar Conte, do Instituto do Aparelho Digestivo, explica que, quando o câncer colorretal é descoberto na fase inicial, é tratável e possui altos índices de cura, com sobrevida de 90% em cinco anos. “Grande parte desses tumores surge em lesões benignas semelhantes a verrugas, os pólipos, que se desenvolvem na camada interna do intestino”, diz Conte.
A incidência do câncer colorretal é maior em pacientes com mais de 50 anos, mesma época em que começam a aparecer os pólipos no intestino. “Existe uma relação direta entre o câncer de intestino e um maior consumo de carne vermelha, e um menor risco dessa doença com o consumo de frutas e verduras, bem como a prática regular de exercícios físicos”, adianta o médico Cesar Conte.
Portadores de doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa e doença de Crohn), história familiar de câncer colorretal e síndromes hereditárias (Síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar) têm alto risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.
Assim como a maioria dos tumores em fases iniciais, o câncer do intestino grosso não apresenta sintomas. Por isso, a importância da prevenção e atenção aos mínimos sinais. Mudança no funcionamento intestinal, sangramento nas fezes, desconforto abdominal, fraqueza ou perda de peso sem explicação e sensação de evacuação incompleta são alguns sinais que o organismo pode dar.
A colonoscopia é, hoje, o exame mais importante no diagnóstico do câncer colorretal. Além dos pacientes com sinais e sintomas de alerta, o exame está indicado a partir dos 50 anos na população geral. Os pacientes com fatores de risco ou histórico familiar devem realizar o exame aos 40 anos ou 10 anos antes do caso mais precoce da família.
De acordo com o médico Cesar Conte, tumores em fases muito iniciais podem ser tratados de maneira efetiva através do exame colonoscópico, mas a cirurgia é a principal forma de tratamento dessa doença. “O avanço da cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica e robótica) tornou o procedimento menos traumático, mais seguro e de recuperação pós-operatória mais rápida”.