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Saúde

03/12/2015 09:59

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Duas crianças morrem em hospital e famílias suspeitam de erro médico

A recém-nascida Maria Eduarda deu entrada no Hospital Regional, de Campo Grande, febril e foi a óbito “nas mãos” das enfermeiras. A mãe da menina Izabelly a levou para o hospital no dia 19 de março, em Ribas do Rio Pardo, porque a criança não estava se alimentando bem, mas ela faleceu 24h depois com suspeita de meningite. 

Duas meninas, uma com seis dias de nascida e outra de pouco mais de um ano de idade, duas histórias semelhantes. Elas morreram vítimas de erros médicos em hospitais do Estado. Os casos aconteceram na última semana e são investigados.

 

Maria Eduarda nasceu no dia 24 de novembro com uma bactéria no organismo, considerada normal, e que seria eliminada com o tempo. Após alguns dias internada, ela e a mãe, Carina Portilho, 22 anos, receberam alta e foram para casa.

“Ela voltou para casa na sexta-feira, só que no domingo a bebê começou a ficar febril e amarelinha. Quando retornamos para o Hospital Regional, ela mamou, regurgitou e defecou. Em seguida as enfermeiras buscaram ela para aplicarem um remédio na veia, ai devolveram ela já molinha e roxa, muito diferente de quando foi para a sala com as enfermeiras”, relembra Ana Paula, tia da criança.

Segundo a família, uma segunda enfermeira percebeu o que estava acontecendo, assuntou e começou a fazer massagem cardíaca na criança, até a chegada da pediatra. “Quando a minha bebê chegou, estava com um soro e de repente deu um suspiro. Eu não imaginava que a minha filha estava morrendo ali. Quando a médica chegou ela já estava sem vida”, conta Carina.

O primeiro parecer médico informava que a criança sofreu uma broncopneumonia. “As enfermeiras falaram que foi uma broncopneumonia, mas em nenhum momento perguntaram que ela havia acabado de mamar nem informaram qual medicamento estavam dando. Foi falta de experiência delas mesmo”, defende Waldel da Silva, 29 anos, pai de Maria Eduarda.

O pai relembra tudo que aconteceu naquele dia. Foto: André de Abreu

A morte foi registrada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga como “morte a esclarecer”, pois não foi feita biópsia, mas a família irá levar o caso para a DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e Adolescente) e pedir a exumação.

Ribas do Rio Pardo

No dia 23, segunda-feira, Cristielem da Silva, 28 anos, levou a sua filha Izabelly, de um ano e meio, para descobrir porque ela não estava se alimentando direito, ao ponto de já estar ficando fraca. No Hospital 19 de Março os médicos não conseguiam descobrir o que estava acontecendo, pois um hemograma não apontou qualquer doença.

“Como no hemograma não mostrou nada, ‘bateram’ um raio-x e viram que ela estava com pneumonia. O tempo todo que estávamos no hospital eles davam remédios para ela, vários remédios, mas ela só piorava, cada vez mais”, lembra Cristielem.

Todos os atendimentos foram feitos por um clínico geral. Quando o quadro se agravou surgiu a hipótese de ser meningite, doença provocada por uma bactéria e que o exame só é feito em Campo Grande, chamaram o pediatra e a ambulância para transportá-la para Capital.

A emoção e o inconformismo é forte. Foto: André de Abreu

“Eles demoraram muito para chamar um especialista. Depois que suspeitaram da meningite a minha filha sofreu três paradas cardíacas. Como uma criança de um ano vai resistir a três paradas cardíacas? O que me revolta é que ela não tem nenhum histórico hospitalar, sempre foi uma criança saudável e morreu dentro do hospital”, diz a mãe emocionada.

A família entrou com um processo, que já está no MPE (Ministério Público Estadual) para entender o que realmente aconteceu, pois o exame de meningite não foi feito e não existe uma explicação para a morte. “Somos uma família cristã e o que me conforta é saber que a minha bebê está nos braços do Pai”, conclui Cristielem, ao lado marido.

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