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Saúde

21/07/2019 09:30

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Combinação de álcool, energéticos e narguilé é ‘explosiva’ para hipertensos

Especialistas de MS falam sobre pressão alta e riscos de consumir álcool junto ao remédio

Muitas pessoas podem ter pressão alta - nomeada pelos médicos como hipertensão arterial - sem saber. Isso acontece porque os sintomas podem aparecer após a doença estar instalada há muito tempo, comprometendo assim o funcionamento de vários órgãos.

O TopMídiaNews entrevistou dois cardiologistas para esclarecer dúvidas sobre a doença e os tratamentos. O médico cardiologista e intervencionista do Hospital Proncor, José Fábio Almiro, explica o que é a pressão alta.

“É uma condição clínica, caracterizada por elevações da pressão arterial maior ou igual a 140 e/ou 90 mmHg. O tratamento da pressão arterial passa por medidas não relacionadas a medicamentos, chamadas de não medicamentosas e o uso de medicamentos específicos para o controle da pressão, atingindo a pressão adequada”.

O cardiologista destaca que o não controle da pressão arterial pode levar ao óbito.

“Tanto a curto, médio, como em longo prazo, o não controle pressórico pode ser responsável por morte, acidente vascular encefálico, doença coronariana com risco de infarto e insuficiência cardíaca. Em curto prazo, o aumento súbito de pressão pode gerar edema agudo de pulmão, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, tanto isquêmico, quanto hemorrágico, complicações próprias da gravidez com morte materna e/ou do feto, quadros convulsionais agudos, chamados de encefalopatia hipertensiva”, reforça.

De acordo com os especialistas, o consumo de álcool está diretamente ligado à hipertensão arterial, tanto na dificuldade do seu controle, quanto no aparecimento da doença.

“Segunda a diretriz da Sociedade de Cardiologia, estima-se o aumento de 1 mmHg da pressão arterial para cada 10g/dia de álcool ingerido, de maneira que deve-se evitar o consumo exagerado de álcool nos pacientes portadores da doença, mesmo nos que fazem o tratamento, e uma dúvida muito comum e que erroneamente é praticada, consiste em parar o tratamento com remédios quando se faz o uso de álcool”, destaca José.

O chefe do serviço de cardiologia dos hospitais Unimed e Universitário/UFMS e coordenador de residência, Delcio Silva Junior, explica o que pode acontecer devido a essa combinação: álcool, pressão alta e medicamentos.

“Na verdade, isso pode ser perigoso no caso de medicação com ação no sistema nervoso como anticonvulsivante, calmantes e antidepressivos, pois o efeito da medicação pode ser exacerbado pelo álcool, causando efeitos neurológicos potencialmente graves. No restante, o álcool normalmente corta ou diminui o efeito das medicações”, pontua.

De acordo com os especialistas, o tabaco, narguilé e também o energético podem ser prejudiciais para a saúde do hipertenso.

“Energéticos são perigosos. Causam arritmias e morte súbita. Trabalhos recentes têm mostrado maior mortalidade em jovens que ingerem energéticos mesmo sem adicionar álcool. Com uso concomitante de álcool, o cenário piora. E isso é muito frequente. O narguilé é também muito perigoso. Uma hora de narguilé corresponde ao consumo de 100 cigarros. Há intensa inalação de CO2 com efeitos tóxicos severos”, destaca Décio.

José Fábio Almiro finaliza dizendo que existem basicamente seis classes de medicamentos específicos para o tratamento da hipertensão. “Todos podem se usados corretamente no tratamento, desde que se respeitem suas indicações específicas para doenças associadas à hipertensão, suas contraindicações e efeitos colaterais”, finaliza.

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