Um estudo brasileiro afirma que não existe benefício comprovado do uso do antibiótico azitromicina no tratamento de pacientes graves diagnosticados com covid-19. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet.
Segundo o site DW, o trabalho é fruto de uma parceria entre pesquisadores de oito instituições brasileiras, que formam a chamada Coalizão Covid-19 Brasil: Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet)
A azitromicina, substância usada para combater infecções bacterianas, tem sido amplamente utilizada durante o tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Atualmente, é o segundo medicamento mais usado no mundo para tratamento de pacientes com covid-19 em estado grave.
Além de não apontar benefícios no uso da medicação, o trabalho mostrou que a azitromicina pode piorar a função renal em alguns casos. A pesquisa foi realizada em 397 pacientes com covid-19 entre 28 de março e 19 de maio. Eles foram divididos em dois grupos. No primeiro, 214 pessoas receberam azitromicina e o tratamento padrão, incluindo medidas de suporte hospitalar, uso de outros remédios como antivirais e também a hidroxicloroquina, que integrava o tratamento para a enfermidade em março, época do início do estudo.
O segundo grupo, de 183 pessoas, recebeu o mesmo tratamento padrão, mas sem azitromicina.
