Operando no vermelho desde agosto deste ano, a direção da Santa Casa da Capital, maior hospital de Mato Grosso do Sul, não descarta restringir o atendimento. A situação, conforme a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), mantenedora da instituição, é grave, e estima um déficit mensal médio de R$ 4 milhões.
“Isso (a diminuição do atendimento) pode acontecer, por algum tempo, para poder ajustar a despesa, mas eu prefiro esperar que isso não aconteça”, afirmou Wilson Teslenco, presidente da ABCG e diretor-geral da Santa Casa.
Para evitar problemas no atendimento, que poderiam levar a saúde estadual ao colapso geral, a Santa Casa tenta assinar um novo contrato com a Prefeitura de Campo Grande, que repassa um valor fixo mensal aos cofres da instituição.
Hoje, como a saúde estadual depende da Santa Casa, que é uma entidade privada, a Prefeitura da Capital é responsável por financiar grande parte dos custos do hospital.
O problema, no entanto, é com o contrato assinado com o município de Campo Grande, que vence no dia 27 deste mês. Hoje, a Santa Casa pleiteia um aumento de pelo menos R$ 4 milhões no contrato com a prefeitura.
“Viemos operando com déficit desde agosto, sem conseguir fechar as contas. Nós conseguimos, desde que assumimos a administração, trazer até julho desde ano, pagando fornecedores, tributos, fazendo um exercício de redução de custos, fazendo exercícios de valores recebidos por convênios, aditivos, no entanto todas essas possibilidades foram esgotadas em julho, ai ficou inevitável a assinatura de um novo contrato, o que causou esse déficit no valor de R$ 6 milhões”, avaliou Teslenco.
Em agosto deste ano, o Pronto Atendimento da Santa Casa chegou a ser restringido por menos de uma semana, o que resultou em um caos na saúde municipal. O processo culminou com ação civil pública do Ministério Público Estadual, pedindo para a Prefeitura da Capital abrir novos leitos hospitalares para atendimento pelo (Sistema Único de Saúde).