A auxiliar de escritório, Vanessa Cavalcante de Oliveira, de 26 anos procurou a Associação de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul (Avem-MS), para denunciar o “erro médico”cometido por dois médicos do Hospital Regional de Campo Grande.
Conforme Vanessa, ela fez todo o acompanhamento pré-natal com um médico no posto de saúde do Bairro Jardim Antártica e desde o inicio foi constatado que o seu bebê estaria ‘’transverso” em seu útero, ou seja, o feto se desenvolvia em posição não comum a outras gestações normais.
Completando as 40 semanas de gestação, Vanessa sentido as contrações, procurou no dia 20 de outubro o Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian e foi internada às 14h do referido dia. “Eu cheguei com dores e já me aplicaram um soro, fiquei até as 22h da noite sem ter dilatação e a médica que estava de plantão me disse que queria fazer um parto normal (humanizado). Eu e minha família dissemos que não seria possível ter ‘parto normal’, era para ser um parto cesárea. A dra. parecia ter dúvidas e esperou muito tempo para o bebê nascer”, disse a mãe.
Vanessa contou ainda que certo momento a dra. foi checar a dilatação com o exame do toque e rompeu a bolsa com a mão. “Como que uma profissional faz uma coisa dessas. Ela própria estourou a minha bolsa e chamou outro médico para ver se era o cordão umbilical ou a cabeça do bebê que estava aparecendo. Comecei a ter ânsias e esperei mais de duas horas”, contou. Após o incidente, Vanessa deu a luz por volta das 0h24 do dia 21. Segundo ela, a demora no atendimento fez com o que o bebê tivesse uma parada cardiorrespiratória e danos cerebrais.
“É o meu primeiro filho, a família toda se preparou, planejamos e sonhamos com esse dia. Ele nasceu morto praticamente, teve uma parada respiratória e cardíaca. Hoje está fazendo 34 dias que ele está na UTI Neo Natal, ele não chora, ele está se alimentando por sondas. A parte neurológica do meu filho está toda comprometida. Ele tá pagando um preço alto”, lamenta a mãe.
Conforme o presidente da Avem-MS, Valdemar Morais, que está auxiliando a família, disse que espera o hospital entregar o prontuário para tomar as providências. “Eles tem 48 horas para mostrar esse prontuário. Vamos entrar na justiça e pedir as reparações. Isso foi um erro médico, está claro. Conversamos com a assistente social do hospital e ela mesmo disse que os danos ao bebê são permanentes”, disse Valdemar.
A família de Vanessa reveza no hospital para ficar próximo ao pequeno Asafe. “Um dia fica meu esposo, outro eu, quando dá a minha mãe fica também. Eu entro todo dia naquele hospital e me passa um filme de tudo o que estou vivendo, só por Deus para me confortar. Todo dia é um sofrimento. Quero justiça e o hospital tem que punir esses dois médicos que me atenderam no dia do meu parto”, disse Vanessa.
Para a mãe de Vanessa, Maria José, é um sofrimento muito grande ver o que a filha está passando. “Queremos sim que a justiça seja feita. Olha o que estamos passando, esses médicos tem que ser punidos”, pede a dona de casa e mãe de Vanessa.
A assessoria do Hospital Regional Rosa Pedrossian informou que vai instaurar um procedimento administrativo para apurar a conduta e o atendimento dos profissionais que tiveram o contato com a paciente. O caso foi registrado como lesão corporal culposa da Depac do Bairro Piratininga.