Documento interno do Ministério da Saúde, obtido pelo jornal O Globo, aponta que Mato Grosso do Sul tem 90,8% dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) ocupados, a maior taxa do país. Isso pode ser um grande problema se a pandemia do novo coronavírus avançar no Estado.

Paraná (90%) e Minas Gerais (88,5%) também estão em situação crítica, com pouco espaço para receber novos pacientes. As melhores situações, dentro do quadro de crise de saúde, são do Distrito Federal (59,1%), Amazonas (61%) e Acre (62%). O Rio aparece com 68,5%, e o Brasil com 78%.

O mapeamento, feito com “informações fornecidas pelos entes”, é de 27 de março. Conforme a avaliação, o Ministério da Saúde acredita que é preciso criar mais de 1,6 mil leitos de UTI e mais de 22 mil leitos de enfermaria na primeira etapa de enfrentamento à doença, nos próximos 30 dias, em todo o Brasil.

Para minimizar a situação, a pasta comandada pelo ministro Luiz Henrique Mandetta está custeando “3.000 leitos de UTIs volantes”, dos quais 540 são estão sendo distribuídos. Os estados também estão fazendo ações para desocupar leitos, como suspensão de cirurgias não urgentes e redução de internações por trauma, ocasionadas pela diminuição de acidentes no isolamento.

Segundo o Globo, o mesmo documento calcula que 16 das 27 unidades da federação precisam criar, juntas, 1.623 leitos de UTI para os próximos 30 dias. No caso dos leitos de enfermaria, que podem receber casos menos graves, São Paulo é o único estado que tem mais do que precisa. Os outros 26 estados juntos acumulam um déficit de 22.901 leitos.

Mato Grosso do Sul, segundo o levantamento, tem 187 leitos de UTI, mas precisaria ter 316 para atender a população durante a pandemia. Em relação aos leitos de enfermaria, o Estado possui 408, mas deveria ter, ao menos, 1.531. A Secretaria de Estado de Saúde ainda não se manifestou sobre as informações.