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Saúde

SALVANDO VIDAS: não existe feriados ou fins de semana para guerreiros da saúde

Profissionais lutam com rotina intensa em hospitais e clínicas

01 maio 2020 - 15h15Por Rayani Santa Cruz

Profissionais da saúde que estão no dia a dia lidando com a pandemia do novo coronavírus não podem parar ou ter a boa folga do Dia do Trabalhador, nesta sexta-feira (1º). A rotina de plantões, não enxerga folgas ao fim de semana ou feriados como adaptados a centenas de outros trabalhadores.

É o caso do enfermeiro Anderson Neiva, 24 anos, que trabalha desde a faculdade na área. Ele que já atuou em clínica particular, hospital municipal no interior, agora faz parte da equipe de serviços da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional e foi contratado no início da pandemia para dar reforço.

“É uma rotina estressante, não é para qualquer um. São quatro ilhas de UTI com 10 pacientes cada. Até o momento, uma delas está cheia e hoje mesmo estou de plantão à noite e só folgo no outro dia. Fora os cuidados triplicados com o material de uso, roupa e calçado. Quem é da saúde, sabe que não existe isso, de feriado prolongado e datas comemorativas. Quando a pessoa faz muita questão, em período comum ou troca a escala com um colega, ou paga alguém para cobrir”, explica.

O enfermeiro afirma que todos os dias tem que levar mudas de roupa para prevenção à contaminação da covid-19. Existe o uniforme no local, mas a roupa comum é trocada ao chegar ao local e ao sair. Ao chegar em casa, ele tira a vestimenta e o calçado ao lado de fora, na lavandeira. Faz a esterilização e vai direto para o banho. O cuidado é para, no caso de contágio, não transmitir para a esposa.

A enfermeira Claudia de Souza está afastada desde o dia 24 devido às crises de bronquite e por ser hipertensa, mas conta como é a rotina na clínica médica do HR.

“A rotina é intensa, eu entrava às 18h30, assumia quatro pacientes, ou seja, duas enfermarias. Fazia os dois banhos, cuidados gerais e 20 medicações. Às 21h eu descia para jantar e depois voltava para novos cuidados aos pacientes. Às 0h tem a escala de repouso da equipe, e eu fazia por duas horas e depois retornava com troca de fraldas e medicação”, explicou a enfermeira. 

Claudia explica que na rotina intensa também é realizado o encaminhamento de exames médicos e conclusão de relatórios sobre os pacientes. 

Para ela, o cansaço devido à pandemia já está aflorando nos profissionais. “Na  verdade, estamos todos  cansados fisicamente e psicologicamente também. Não  reclamo do meu trabalho, amo o que faço, mas peço a Deus que proteja os meus amigos”, finalizou a enfermeira, que elogiou a atuação de médicos que passam até 48h no hospital.