Criado com o intuito de reduzir a mortalidade infantil e erradicar a desnutrição neonatal, o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) do Brasil, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz), completa 70 anos este mês.“Um dos motivos [para comemorar] é o fato de termos [no Brasil] alcançado no ano passado o Objetivo do Milênio das Nações Unidas de redução da mortalidade infantil, antes do tempo acordado”, disse a coordenadora de Processamento e Qualidade do BHL, Danielle Aparecida da Silva.
“Os bancos de leite humano tiveram um papel fundamental nessa queda”, disse, ao lembrar que, em 2000, o país tinha 29,7 mortes de bebês por mil habitantes, e em 2010 a proporção caiu para 15,6 mortes por grupo de mil habitantes. Taxa inferior à estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2015.
Hoje, o país tem uma Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, composta por 212 bancos e 121 postos de coletas. O modelo brasileiro serviu como base para a criação do Programa Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano, que tem a participação de 23 países da América Latina, da Europa e da África.
No ano passado, aproximadamente 175 mil recém-nascidos, internados em UTIs, receberam o leite doado aos bancos e quase 1,4 milhão de mulheres com algum tipo de dificuldade relacionada ao aleitamento tiveram atendimento.