Desde o descredenciamento do Hospital Universitário da Rede de Urgência e Emergência em 2024, os atendimentos pediátricos passaram a ser regulados exclusivamente pelo Núcleo Interno de Regulação, resultando em redução significativa dos leitos disponíveis. Atualmente, a Unidade de Acolhimento Pediátrico funciona em um espaço considerado inadequado por profissionais da saúde, que alertam para a falta de estrutura mínima para garantir segurança e controle de infecções.
Conforme denúncia de funcionários, o novo local não possui boxes individualizados, sistema de climatização com filtragem de ar, e dispõe de apenas um banheiro coletivo para todas as crianças e acompanhantes, inclusive aquelas com doenças infectocontagiosas como Covid-19, Influenza e vírus sincicial respiratório. Antes da mudança, era possível separar os pacientes conforme sintomas e condições, o que não ocorre mais, aumentando o risco de contaminação cruzada.
"Além disso, a unidade está localizada na porta de entrada da Urgência e Emergência do hospital, área de grande circulação de pacientes adultos, o que eleva ainda mais o risco sanitário. A restrição do espaço impede que as crianças circulem, deixando-as confinadas aos leitos, o que causa preocupação entre os pais e profissionais", diz a denunciante.
Também chama atenção a conversão de uma antiga enfermaria de isolamento em sala administrativa, reduzindo ainda mais a capacidade de atendimento adequado para casos que necessitam de isolamento específico, como crianças imunocomprometidas.
Diante do aumento recente de Síndrome Respiratória Aguda Grave entre crianças em Campo Grande, as preocupações sobre a adequação da unidade se intensificam, gerando críticas quanto à segurança do ambiente.
Procurado, o Hospital Universitário informa que a atual Unidade de Acolhimento Pediátrico recebe no máximo quatro crianças simultaneamente e funciona apenas como área de passagem, não sendo destinada à internação. Reafirma que todas as atividades seguem as normas de segurança, biossegurança e controle de infecções vigentes, em conformidade com as diretrizes da Anvisa, Ministério da Saúde e Vigilância Sanitária municipal, garantindo qualidade e segurança no atendimento.