As queixas de dores começaram em 2015, pouco depois do Mundial de Glasgow. De lá para cá, Arthur Nory passou a ter cuidado ainda maior com o ombro direito. Após consulta médica, não foi detectada a necessidade imediata de uma cirurgia. Mas o trabalho de fisioterapia e a diminuição na carga de treinamento passaram a ser o tratamento. Deu certo. Apesar do incômodo, o ginasta deixou os Jogos Olímpicos do Rio com uma medalha de bronze na prova de solo. Cumpriu ainda os compromissos na Suíça e agora, depois do Campeonato Brasileiro, que está sendo disputado no Pinheiros, fará a operação no próximo dia 18.
- Ele tem uma lesão não completa no tendão supra espinhal. O tempo de recuperação costuma ser longo porque tendão demora a cicatrizar. Mas não é uma lesão grave. Ele competiu assim na Olimpíada. A estimativa de recuperação é de quatro a seis meses. Ele já fez uma cirurgia no mesmo ombro, mas foi uma lesão no ligamento e no bíceps - disse o médico do COB, Breno Schor.
Em seu último compromisso na temporada, no ginásio de seu clube, Nory vai se apresentar no solo, salto e barra fixa. O técnico Cristiano Albino ainda tem dúvida se o colocará para competir na prova do cavalo com alças.
- Após a Olimpíada a gente já tinha conversado com a parte médica e deixei minha posição com relação ao ombro dele. A lesão vinha há bastante tempo e atrapalhou uma melhora maior nos trabalhos. A gente dava dois passos para a frente e voltava um. Mas era uma lesão que não o impossibilitava de fazer as coisas. Fizemos tudo o que foi possível de tratamento e depois de exames mais detalhados, não dava para começar um ciclo novo com o ombro nesse vai e volta. Após o check-up, foi apontada a necessidade de cirurgia e queríamos fazer logo. Ele vai entrar de férias e voltaria a treinar em janeiro. Acho que vamos poder começar um trabalho físico lá. Como não tempos compromisso de competição inicialmente, o foco será na recuperação, em consertar o que está quebrado - brinca o treinador.
Cristiano lembra que durante a reta final de preparação para os Jogos nem ele nem Nory temeram pela piora das dores no ombro.
- O ombro estava sendo controlado e é mais fácil conviver com uma dor rotineira. O medo era de machucar uma outra coisa pouco antes da disputa, numa bobeira. Agora temos um ciclo longo até Tóquio 2020, sabemos que esporte competitivo é duro com o corpo, mas vamos começá-lo zerado.
Além de Nory, Sérgio Sasaki e Arthur Zanetti também foram submetidos a cirurgias com o mesmo objetivo.