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'Dura' de Galvão e pressão popular selaram demissão de Dunga por Del Nero

15 junho 2016 - 19h35Por UOL Esporte

Marco Polo Del Nero não estava feliz com o desempenho da seleção brasileira recentemente. Durante toda a última segunda-feira (13), o presidente da CBF refletiu sobre possíveis mudanças no comando do time. Após mais uma eliminação precoce na Copa América, o cartola cogitava tirar o técnico Dunga e o coordenador Gilmar Rinaldi do comando da equipe. No entanto, ponderava que precisava pensar e escutá-los, enquanto todos os pares do mandatário pediam o afastamento imediato da dupla.

A tomada de decisão do dirigente, endossando o coro dos aliados, ocorreu à noite. A demissão era certa – o que acabou se consumando na tarde de terça (14).

E a definição naquele momento não ocorreu por acaso. Após um dia de conversas, Del Nero foi convencido, assistindo à TV, que a situação estava insustentável. Um longo editorial de Galvão Bueno durante o "Jornal Nacional", na TV Globo, com críticas pesadas à CBF e à seleção, selou uma opção que já vinha sendo amadurecida por conta do clamor popular pela saída de Dunga.

Acuado, o questionado e investigado presidente da CBF sentiu que não poderia mais ignorar as opiniões de crítica, torcida e TV Globo, parceira comercial da Confederação. Conversou novamente com seus pares e admitiu a necessidade de uma resposta rápida. Para isso, aceitou até colocar como plano A aquele que já fora descartado outrora: Tite.

Crítico da CBF e marcado pela defesa de boas práticas no esporte, o treinador do Corinthians sempre agradou aliados de Del Nero e mídia especializada, mas não é um nome que deixa o dirigente confortável. Mas, novamente, não havia como ir contra o clamor popular. Era Dunga fora e Tite dentro.

De acordo com pelo menos duas pessoas que participaram de perto do processo de demissão de Dunga e do convite a Tite, era "impossível segurar a pressão" que vinha de todos os lados. Todos mostravam preocupação com o futuro da seleção brasileira no momento que o time se prepara para buscar a sonhada medalha olímpica em casa.

Dunga seria sinônimo de vaias, críticas e antipatia a um time jovem e pressionado por resultados. Ainda que Tite não assuma a seleção olímpica, a demissão do agora ex-treinador já aliviaria a situação.

E foi assim, atacado de todos os lados, que o cartola que costumava repetir que não se pautava por pressões externas teve que recuar. Del Nero demitiu Dunga em menos de dez minutos, agilizou o convite a Tite e agora aguarda uma resposta. Ao menos, para o grande público, uma primeira satisfação foi dada.

Além de torcedores e críticos, outras pessoas celebraram a saída de Dunga e Gilmar Rinaldi. Dentro da sede da CBF, muitos não disfarçavam o alívio pela saída da dupla que já era criticada nos corredores há alguns meses. Funcionários e diretores não gostavam do isolamento e posturas do técnico e do coordenador. Na última terça (14), a sensação era de esperança por novos tempos.