Polícia

16/02/2019 15:15

Em depoimento, funcionária de motel alega que assassina de Abuchaim estava ‘perdida e desorientada’

Até o momento, oito testemunhas foram ouvidas; juiz considera fazer delação premiada

16/02/2019 às 15:15 | Atualizado 17/02/2019 às 08:00 Nathalia Pelzl e Amanda Amaral
Reprodução/Facebook

Para esclarecer o assassinato do ex-superintendente na gestão de André Puccinelli (MDB), Daniel Nantes Abuchaim, foi realizada na 2ª Vara do Tribunal do Júri, a primeira audiência para ouvir o depoimento das testemunhas de acusação contra a principal suspeita do crime Fernanda Aparecida da Silva Sylverio, 28 anos. Ao todo, foram ouvidas oito testemunhas, sendo investigadores de polícia e três funcionários do motel.

Em depoimento, policiais informaram que interrogaram a recepcionista que trabalha no local há quatro anos e que já aparentava nervosismo antes de ver a foto do corpo. Sua primeira reação ao visualizar a imagem foi relacionar a autoria à acompanhante da vítima. “Nossa, ela matou ele”, teria dito. Logo que questionada pela polícia, teria ligado para a gerente do estabelecimento informando o caso.

Uma das camareiras do motel, que trabalha no local há pouco menos de dois anos, lembrou que Daniel era cliente. Ao pegar o dinheiro em compartimento especial no quarto, percebeu que notas estavam sujas de sangue. À parte, foram cobradas uma garrafa de água mineral e o valor da toalha.

“Ela não estava exatamente nervosa, estava perdida, desorientada”, disse a recepcionista. Ao entrarem, estavam com vidros abertos, enquanto na saída foram fechados e o banco do passageiro inclinado, relata a funcionária.

A recepcionista teria ainda percebido que a mulher saiu sozinha no carro e então perguntou para a camareira se estava tudo bem. Ela teria respondido que aparentemente estava tudo em ordem, mas o cheiro de sangue era forte no cômodo, principalmente no banheiro.

Todos os três funcionários ressaltaram que ela estava bem nervosa e quase esqueceu de pegar as chaves e pediu para pagar antes, o que não é comum entre os clientes. Desconfiados, vistoriaram o quarto após a saída da mulher e encontraram manchas de sangue na garagem.

Delação

Ao fim das oitivas, que também contaram com as versões de funcionários do motel, o juiz Aloísio dos Santos afirmou não descartar a possibilidade de firmar delação premiada com a principal suspeita. Isso porque alguns pontos do caso ainda não fecham e há indícios de que outras pessoas possam ter participado do crime.

No dia 11 de março, testemunhas de defesa serão ouvidas.