Polícia

19/03/2019 19:00

Arma de PM que matou criança de 11 anos estava em local de fácil acesso, diz delegada

Os pais da menina que atirou contra a própria cabeça devem prestar depoimento ainda hoje

19/03/2019 às 19:00 | Atualizado 20/03/2019 às 08:26 Anna Gomes
Reprodução Facebook

A arma que matou Heloisa da Silva Antunes, 11 anos, pertence ao pai da menina, que é policial militar, estava em local de fácil acesso. A informação é da delegada Allana Mariele Mazaro Zarelli, que investiga o caso.

A garota morreu após atirar contra a própria cabeça, na noite do último domingo (17), na cidade de Mundo Novo, município distante aproximadamente 450 quilômetros de Campo Grande. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio ou tiro acidental.

Conforme a delegada, a arma usada pela menina e uma pistola funcional do policial estavam em uma gaveta que não estava trancada. Os pais estão em choque e ainda não prestaram depoimento na delegacia, mas Allana acredita que eles devem ser ouvidos ainda nesta terça-feira (19).

“Tudo vai depender do estado emocional dos pais, mas acredito que hoje mesmo ou no máximo amanhã eles devem vir à delegacia para prestarem esclarecimentos. Estamos trabalhando com a hipótese de suicídio, mas ainda vamos investigar as possíveis causas”, disse a delegada.

Objetos apreendidos

A autoridade também relata que, ontem (18), a polícia foi até a casa da família e apreendeu objetos da menina como aparelho celular, um computador e um caderno que tinha frases de descontentamento, mas uma investigação será realizada para confirmar se a letra era realmente de Heloisa.

“Pedimos a quebra de sigilo para conseguirmos ter acesso ao conteúdo que a menina acessava no celular e no computador. O caderno também foi apreendido, mas ainda iremos analisar todos os fatos”, esclareceu Allana.

Valorização da vida

O suicídio representa uma parcela expressiva do número de óbitos registrados no Brasil e no mundo e, neste contexto, é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública. Para prevenir estas situações, existe o Centro de Valorização da Vida (CVV).

Fundado em São Paulo, em 1962, o CVV é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.

Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24h e sem custo de ligação) ou 141 (nos estados da Bahia, Maranhão, Pará e Paraná), pessoalmente (nos 89 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por do meio chat e-mail. Nestes canais, são realizados mais de 2 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 2.400 voluntários, localizados em 19 estados mais o Distrito Federal.