Campo Grande

há 5 anos

Cobrando até R$ 10 pela 'olhadinha', flanelinhas vencem campo-grandenses pelo medo

Maioria reclama de pagar parquímetro e flanelinhas; ainda assim, tem gente que apoia: 'melhor que roubar'

30/04/2019 às 13:10 | Atualizado 01/05/2019 às 07:10 Nathalia Pelzl
Marcio Alves / Agência O Globo

Quem precisa resolver algo no centro de Campo Grande e estacionar o veículo tem notado o aumento de pessoas que atuam como flanelinhas.  No entanto, a principal reclamação dos campo-grandenses é a cobrança abusiva feita pelos profissionais que agem livremente nas ruas, já que pouco se vê a fiscalização.

Em relato, a população alega que muitos chegam a cobrar até R$10. O problema é presente em diversos pontos da Capital e fica o medo de ter o veículo danificado ao negar 'ajuda' para esses profissionais.

“É muito desconfortável. Nos sentimos sabe, tipo: 'se ficar o bicho pega, se correr o bicho come!' Eu acho errado, já pagamos tantos impostos, parquímetro, por exemplo, aí chegamos a um local sem policiamento e somos obrigados a pagar para não correr risco de ter dano no carro”, comenta a promotora de vendas Kátia Cibele de Souza, de 38 anos.

Lilian OIiveira, de 43 anos, faz coro ao pensamento de Kátia e revela qual estratégia usa para não ter o veículo danificado. “Você tem que responder que não tem, só na volta, para não aprontarem nada no seu carro. Fora que tem uns que ainda ficam em locais que a gente paga parquímetro”, diz.

Apoio

Já a recepcionista Elizângela Aparecida de Oliveira, 40 anos, acredita que essa é uma forma justa de trabalho, já que estas pessoas poderiam estar fazendo algo ilícito, mas preferem buscar uma maneira digna.

“Eu acho justo, pois eles não estão roubando, estão trabalhando. Eu até fico mais tranquila quando deixo carro estacionado com eles olhando. Quando vou ao Centro, deixo lá embaixo naquela Praça da Barão. Os flanelinhas que cuidam, pois estacionamento do Centro é um absurdo uma hora para estacionar”, finaliza.