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06/06/2019 10:44

Corte e lesão encerram passagem turbulenta de Neymar pela seleção

A CBF anunciou o corte do camisa 10 por causa de uma lesão no tornozelo direito

06/06/2019 às 10:44 | Atualizado 06/06/2019 às 10:47 Da redação/Exame
Reuters/Ricardo Moraes/Reprodução

Iniciada com uma série de questionamentos ao técnico Tite pela convocação de um jogador que havia agredido um torcedor após a final da Copa da França, a mais turbulenta passagem de Neymar pela seleção brasileira chegou ao fim no início da madrugada desta quinta-feira, quando a CBF anunciou o seu corte do grupo que vai disputar a Copa América por causa de uma lesão no tornozelo direito.

Liderança técnica incontestável da seleção, Neymar foi, como esperado, um dos 23 nomes convocados por Tite para a Copa América em 17 de maio. Ali, porém, se iniciou a fase mais difícil do atacante na equipe, com diversos questionamentos ao treinador por ter dado anteriormente a braçadeira de capitão ao jogador e até mesmo por sua convocação, ocorrida após o jogador agredir um torcedor em 27 de abril, na sequência da derrota nos pênaltis para o Rennes na decisão da Copa da França.

Tite decidiu bancar a presença de Neymar na seleção, disse que conversaria com o atacante sobre seu comportamento quando se encontrassem na Granja Comary, mas não manteve a capitania entregue a ele após a Copa do Mundo da Rússia. Os problemas físicos começariam a incomodar Neymar no dia 28 de maio, em treino que inicialmente vinha focando marcado por um lance de efeito.

O lateral Weverton, das divisões de base do Cruzeiro e um dos nomes chamados por Tite para completar os treinamentos na Granja Comary, deu uma “caneta” no atacante, que respondeu derrubando o jovem na sequência da jogada. Pouco depois, viriam as dores. Ao finalizar uma jogada, Neymar acusou incômodo no joelho esquerdo e deixou o campo ao lado de Rodrigo Lasmar, médico da seleção brasileira.

Os exames realizados no mesmo dia em Teresópolis apontaram que a lesão era leve. Ainda assim, o atacante cou dois dias sem treinar nos campos da Granja Comary. A volta de Neymar aos treinos sem restrições em 31 de maio parecia a volta da tranquilidade. Mas ela só durou um dia.

Em 1º de junho, os incidentes extracampo superaram qualquer problema físico com a revelação de que uma mulher havia realizado um boletim de ocorrência contra o atacante em São Paulo com a acusação de ter sido vítima de estupro em Paris, no dia 15 de maio. A partir daí, o assunto tomou o noticiário sobre a seleção e Neymar.

O atacante divulgou um vídeo para se defender, mas a presença de fotos íntimas da mulher na publicação nas redes sociais levou a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática a ir dois dias seguidos à Granja Comary. Neymar não foi cortado da seleção e recebeu o apoio da comissão técnica e do comando da CBF, o que incluiu a oferta de apoio jurídico.

E enquanto mais informações sobre a acusação de estupro iam surgindo fora do campo, viajou para Brasília, onde a seleção disputaria o primeiro de dois amistosos preparatórios para a Copa América. Na última quarta-feira, em meio ao turbilhão envolvendo o seu caso judicial, foi escalado por Tite para o confronto com o Catar, vencido por 2 a 0, no Mané Garrincha. Mas deixou o campo ainda na comemoração do primeiro gol, com muitas dores no tornozelo direito, algo que o levou a chorar no banco de reservas.

Horas depois, exames detectaram uma ruptura ligamentar no tornozelo direito, problema que o levou a ser cortado por Tite do grupo que vai disputar a Copa América. Com problemas a resolver fora dos gramados, Neymar também tem sofrido com problemas físicos, anal, esse é a terceira grave lesão no pé direito desde 2018.

Ele passou por cirurgia no quinto metatarso do pé direito em março do ano passado, algo que colocou em risco a sua presença na Copa do Mundo da Rússia, voltando aos campos em maio. Neste ano, entre o fim de janeiro e abril, ficou sem atuar por um problema no mesmo local. E agora a ruptura ligamentar no tornozelo deve deixá-lo afastado dos gramados por mais um período considerável de tempo.