Campo Grande

13/08/2019 09:30

Atraso de salário é rotina no Nosso Lar, mas diretor nega explicação: 'tchau, boa noite'

Ao menos 11 trabalhadores reportam problemas no pagamento

13/08/2019 às 09:30 | Atualizado 13/08/2019 às 13:26 Thiago de Souza
Wesley Ortiz - arquivo

Novas denúncias dão conta de atrasos nos salários de funcionários do Hospital Nosso Lar, em Campo Grande. Desta vez, profissional aponta que o dinheiro foi pago em três vezes. Questionado, o diretor-presidente da unidade, Enier Guerreiro, disse que não iria responder ‘este tipo de coisa’. 

Um dos trabalhadores da área de enfermagem conta que – da ocasião em que o TopMídiaNews denunciou o caso – a coisa só piorou. 

''O salário era pago em duas vezes, agora são três'', lamenta o trabalhador. Ele acrescenta que ele e colegas têm crediário em lojas a honrar, mas com o atraso, são obrigados a pagar os juros da prestação vencida. 

Funcionários recebem salários em duas e até três vezes. (Foto: Repórter Top)

''Por lei, a empresa é que deveria arcar com esses encargos, mas eles  não querem nem saber'', explicou o trabalhador que preferiu o anonimato. Outra crítica está no fato do Departamento Pessoal do hospital obrigar os servidores a assinar o contracheque como se estivessem recebendo o valor integral no quinto dia útil do mês. 

''Fazem isso para ninguém ter prova e denunciar no Ministério Público [do Trabalho]'', analisou o denunciante. 

O problema ocorre há oito meses, dizem os profissionais. A maioria é da parte da enfermagem, mas outros setores também sofrem com o problema.  Ainda segundo o reclamante, os empregados são ameaçados de demissão caso denunciem a situação à imprensa ou ao Ministério Público. 

''Porque eles dizem: se não tem dinheiro para pagar nem o salário, imaginem os direitos trabalhistas'', reporta o denunciante. 

Outro lado

Assim como na reportagem anterior, questionamos Enier Guerreiro sobre o problema. Por telefone, ele disse que não iria comentar o caso.

Na matéria de 9 de julho, Guerreiro negou atraso, mas disse que o repasse do governo do Estado estava pendente. A assessoria do Governo negou qualquer atraso no repasse. 

Ao ser perguntado novamente se não seria obrigação sua como dirigente explicar a situação, ele mandou a reportagem ir até o hospital "para ver as coisas" e finalizou repentinamente com um "tchau, boa noite".

Apesar disso, após o contato da reportagem, ele depositou os 15% que faltavam do salário dos funcionários nesta terça-feira (13).