Campo Grande

23/09/2019 18:50

Mulher diz ser espancada ao não pagar couvert em barzinho na Spipe Calarge; dono nega

Empresário alega que as clientes brigavam entre elas

23/09/2019 às 18:50 | Atualizado 24/09/2019 às 09:02 Thiago de Souza
Reprodução Google Street View

Duas mulheres foram à polícia dizer que uma delas, que será identificada como Manuela, levou socos e chutes, simplesmente por não aceitar pagar a taxa de couvert, em um barzinho na Spipe Calarge, na noite de sexta-feira (20), em Campo Grande. A vítima disse que, não fosse a namorada intervir, mesmo caída, iria sofrer mais agressões.

O relato da vítima foi postado no grupo do Facebook Aonde Não Ir em Campo Grande. A denunciante conta ter sido a primeira vez dela no local. Na saída, por volta das 21h45, pediu a conta e diz ter reclamado ao dono do valor abusivo do couvert, dinheiro cobrado e usado para pagar a atração musical do estabelecimento.

''Ele já foi agressivo desde o início. Eu disse que ele devia ter informado quando chegamos no local ou ter colocado uma comanda na mesa. Me recusei a pagar o couvert... Ele saiu de trás do balcão e veio para cima de mim. E nisso três dos garçons dele também vieram'', relatou à Polícia Civil.

Manuela e a namorada, traz o B.O, decidiram pagar a conta e ir embora. Nesse momento, a mulher disse que atirou uma taça no chão.

''O garçom dele veio para cima de mim e eu empurrei ele. Paguei a conta e os garçons escoltaram a gente para fora com todos os cliente do bar olhando'', detalha a vítima.

Quando chegaram à esquina, diz o post, garçons do bar ainda estava atrás delas, as xingando. Manuela teria dito que ''isso não ficaria assim'' e na sequência um dos funcionários teria questionado: ''você está nos ameaçando?''.

''Eu disse que não, que só ia atrás dos meus direitos. Aí ele ficou nervoso e me deu um soco no nariz e no olho, eu caí no chão e ele ainda me deu um chute. E os outros dois garçons ficaram olhando. Quando eu estava no chão ele ainda veio para cima de mim, mas a minha namorada segurou ele e  pediu para ele parar'', detalha Manuela.

'Manuela' mostra ferimento na boca. (Foto: reprodução Aonde Não Ir em Campo Grande)

A vítima disse que a namorada ainda o alertou que ela estava com pontos na boca, devido a uma cirurgia e que iria machucá-la mais com as agressões. Ela conta que mandou mensagem para o dono do bar, mas ele teria a bloqueado.

''É uma situação que não desejo para ninguém. Um lugar desse não deveria manter as portas abertas'', finalizou a cliente.

Outro lado

O proprietário do estabelecimento, identificado pelas iniciais G.R.M, disse que a história foi bem diferente. Ele conta que Manuela estava muito alterada antes da suposta confusão e que brigava intensamente com a namorada.

Ele diz ter explicado o motivo da cobrança do couvert, mas ao ver a resistência da cliente, decidiu não cobrar.

''Ela ligou aqui um dia antes e eu expliquei como funcionava. Acontece que a mais nervosa [Manuela] passou a não querer pagar mais nada, nem as cinco ou seis heinekens que beberam'', relata. Ele acrescenta que a namorada dela estava bem mais calma e tentou acalmá-la'', garantiu.

G.R.M garante que, apesar da mulher mais agressiva ter quebrado uma taça e dado um tapa na cara de um garçom, nenhuma delas foi agredida. Ele disse ter chamado a polícia e pediu que elas esperassem. Porém, ao ver que Manuela ficou muito tempo no banheiro, ficou com medo dela aprontar algo mais grave e achou melhor pedir para elas irem embora.

Na sequência, diz o dono, um cozinheiro e um garçom acompanharam as clientes até o lado de fora, sem agressão ou xingamento. Porém, ele diz não saber o que ocorreu na esquina.

''Acredito que não houve agressão, mas vou questionar os funcionários'', afirmou G.R.M.

''Vou trabalhar com a verdade e acreditar em Deus...agora que o bar 'tá indo legal' e decolando. Respeitamos as mulheres, respeitamos o público LGBT e todos que vêm aqui'', finalizou o proprietário.