Polícia

22/01/2020 07:00

A segunda morte de Izabelle: empresário joga toda ‘culpa’ em médica falecida

Como testemunha, nem toxicológico Rafael Valler é obrigado a fazer

22/01/2020 às 07:00 | Atualizado 22/01/2020 às 11:31 Vinícius Squinelo
Morta e agora 'acusada' pela própria morte - Reprodução Redes Sociais

Morto não fala. O velho ditado popular se aplica ao caso de Izabelle Cristovam Coutinho, 29 anos, morta em um infeliz surto próximo da BR-262, em Campo Grande. Testemunha mais próxima dos últimos momentos da médica veterinária, o empresário Rafael Valler, 30, afirmou que ‘apenas’ ela fez o uso de entorpecentes, que poderiam ter causado a parada cardiorrespiratória que a levou ao óbito.

Se Izabelle não pode opinar com a voz, terá o corpo julgado publicamente. Ela passará por exame toxicológico, que mostrará o consumo, ou não, de entorpecentes. No local onde ela estava, um quarto de motel, foram encontradas substâncias análogas à cocaína.

Acompanhante de Izabelle, Rafael esteve na delegacia para prestar depoimento. Lá, afirmou que apenas ela teria feito o uso de drogas. Tratado como testemunha, Valler não é obrigado a fazer o exame toxicológico. Logo, até o momento, o que vale é apenas a versão do empresário. Novamente, morto não fala.

No fim, Izabelle morre mais uma vez, ao ser tratada como culpada pela própria morte.

Rafael foi ouvido na tarde segunda-feira, conforme noticiado pelo TopMídiaNews. Ele esteve acompanhado do advogado Benedicto Figueiredo. Nem o advogado, nem o delegado Ricardo Meirelles, responsável pelo caso, revelaram o conteúdo de toda a fala.

Pela Lei, se comprovado apenas o uso de drogas seguido de morte, não há crime. Assim, este parece ser o desfecho do caso.

No local da morte, testemunhas afirmaram que Izabelle gritava: ‘Ele vai me matar, ele vai me matar’, só repetia isso’. Ela morreu entre o pneu e o eixo de um caminhão que estava no acostamento na Avenida Doutor Paulo Adolfo Bernardo, na região do Jardim Noroeste.