Campo Grande

14/04/2020 07:00

Repórter Top: família de idosa morta por Coronavírus implorou para coveiro abrir caixão

Um dos funcionários do local disse que os familiares queriam dar último adeus, mas foram impedidos

14/04/2020 às 07:00 | Atualizado 13/04/2020 às 17:17 Dany Nascimento
Repórter Top

Uma mulher de 32 anos, que terá o nome preservado, disse que resolveu visitar o túmulo de um familiar no domingo de páscoa (12), em um cemitério de Campo Grande e acabou presenciando o sepultamento da idosa de 71 anos, morta por Coronavírus.

Ao chegar no local, a advogada destaca que percebeu que um sepultamento era realizado e permaneceu dentro do carro.

“Eu sei que a orientação é ficar em casa, mas estava tão aflita ontem, que tive que ir no túmulo da minha tia. Quando cheguei, eu vi pessoas descendo e notei que era um sepultamento. Como em filmes, os coveiros estavam com aquela roupa branca, toda lacrada, os familiares já estavam deixando o túmulo. Eles vieram para o estacionamento, todos muito chorosos. Depois de se despedirem, deixaram o cemitério. Quando eu desci, fui conversar com um dos funcionários do cemitério, para pedir flores e ele confirmou que tinha sepultado uma idosa com suspeita de Coronavírus que deu entrada com infecção urinária na unidade de saúde”, conta a mulher.

A advogada destaca que o coveiro disse que quase apanhou dos familiares da idosa, por recusar abrir a tampa do caixão. “Ele contou que o caixão vem lacrado e que os familiares estavam muito revoltados de enterrar sem se despedir. Ele disse que se coloca no lugar dos familiares, mas que não poderia quebrar as regras. Se ele abrisse, seria demitido, além do risco que corria por saber que se tratava de um caso suspeito de Coronavírus, que foi confirmado hoje”.

A leitora ressalta ainda, que chorou vendo a situação. “Eu chorei, parece cena de filme, uma coisa é ver na televisão, outra coisa é estar dentro de um carro e ver isso. É triste demais para a família, que não pode se despedir, não pode dizer adeus como estamos acostumados a fazer. Estamos vivendo um filme de terror que parece não ter fim”, finaliza a advogada.