In Memoriam

21/01/2021 07:00

"Só existe revolta e tristeza": filho desabafa e lamenta 7 meses após perder a mãe em UPA

Para dar visibilidade ao caso, que está em andamento na Justiça, Evandro criou uma página nas redes sociais

21/01/2021 às 07:00 | Atualizado 19/01/2021 às 13:56 Nathalia Pelzl
Arquivo Pessoal

“Quando você perde um familiar pra uma doença, quando Deus leva, a gente se conforma, mas quando a pessoa tinha chances de viver e foi abandonada a própria sorte, não existe consolo, só existe revolta e tristeza”. 

Esse é o desabafo do auxiliar de enfermagem aposentado, Evandro de Souza Oliveira, 47 anos, filho de Maria do Carmo de Souza Oliveira, 72 anos. Segundo ele e a família, a idosa foi vítima de negligência e, por isso, foi a óbito na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Leblon, em junho de 2020, em Campo Grande.

“Não existe mais alegria, eu, minha irmã, meus filhos, minha esposa estamos ainda sem chão. Ela morava ao nosso lado, então tudo lembra ela, sentimos falta da presença, da voz... Enfim, nossa vida está vazia, vivemos um pesadelo”, contou. 

Para dar visibilidade ao caso, que está em andamento na Justiça, Evandro criou uma página nas redes sociais. 

“Criei a página para dar voz a nossa família e dizer a todos que quiserem escutar o que fizeram com minha mãe. Nela tenho condições de expor tudo o que aconteceu, só não posso divulgar os nomes dos envolvidos por orientação do advogado”, reforça. 

Sobre uma sentença desfavorável, onde ele e a irmã foram condenados ao pagamento de R$ 10 mil, pela Justiça Estadual de Mato Grosso do Sul, Evandro esclarece: 

“Essa decisão é uma decisão inicial do tribunal especial... Nosso advogado impugnou a sentença e pediu que o juiz explicasse quem falou das supostas acusações contra o médico nas redes sociais, isso porque ele não foi exato na sentença, deixou tudo muito vazio e incompleto”. 

Evandro defende que o processo está no início e que a família vai lutar até o fim. 

“Saíram algumas notícias como se o médico já tivesse ganho o processo contra nós, e isso é mentira, o processo não entrou nem em fase de recursos ainda... fomos expostos negativamente, ouvimos comentários destrutivos aos montes”. 

“O médico ainda continua atendendo na UPA. Nem afastado foi...Mas não vamos desistir”, finaliza.