Interior

26/06/2021 15:50

Professora chora em vacinação da covid ao lembrar da morte de avó em MS

Glenda não conteve as lágrimas ao lembrar de sua avó, dona Bercholina, que faleceu da doença um dia antes do início da vacinação no estado

26/06/2021 às 15:50 | Atualizado 26/06/2021 às 15:30 Vinicius Costa
Glenda levou a foto de sua avó na vacinação - PC de Souza/Edição MS

A professora Glenda Melo, de 44 anos, recebeu a primeira dose da vacina Pfizer, contra a covid-19, na manhã deste sábado (26), em Coxim. A imunização foi um misto de sentimentos com picos de alívio e alegria com choro e revolta ao lembrar da morte de sua avó, Dona Becholina Vieira de Melo, que foi vítima da doença.

Aos 93 anos, dona Filhinha, como era conhecida na comunidade e Vólita para a família, morreu no dia 17 de janeiro deste ano. Curiosamente, a data é a que antecede o início da imunização em Mato Grosso do Sul, que passou a ser no dia 18 de janeiro.

Para receber a vacina, Glenda não esqueceu da sua avó e levou consigo uma foto da Vólita. “Essa é a minha revolta. A minha avó era saudável, independente, fazia tudo sozinha apesar da idade avançada. Não era para ter ido embora assim, sem ter a chance de ser vacinada”, contou a professora ao site Edição MS. 

Ela também fez duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro, que na visão dela não está sabendo realizar o enfrentamento da pandemia da covid-19. Glenda ainda fez questão de ressaltar os e-mails da Pfizer que foram enviados ao governo, revelados na CPI da Covid.

“Ele recebeu dezenas de e-mails, os fabricantes oferecendo as vacinas e ele fazendo pouco caso. Se o Brasil tivesse começado a vacinar antes, como aconteceu em outros países, minha vó estaria imunizada quando foi infectada pelo vírus”, acredita Glenda, que vestia uma camiseta com a frase: “Bora estudar, porque de burro basta o presidente”.