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30/06/2021 17:39

Pazuello pediu demissão de servidor suspeito de fraude, mas Bolsonaro negou

Presidente da República teria sofrido pressão política para manter Roberto Dias no cargo

30/06/2021 às 17:39 | Atualizado 30/06/2021 às 17:28 Thiago de Souza
Bolsonaro negou pedido para tirar suspeito do Ministério - Marcelo Casal Jr.

O então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, teria pedido a demissão de Roberto Ferreira Dias, servidor da pasta acusado de cobrar propina na venda de vacinas da Astrazeneca. No entanto, em outubro do ano passado, o presidente Bolsonaro teria negado o pedido. 

Conforme a Rádio CBN, à época, Pazuello levou ao presidente a suspeita que Roberto teria cobrado propina para comprar testes para detecção da covid-19. A decisão de exonerar Roberto Dias, diz a rádio, foi do então secretário-executivo da pasta, coronel Élcio Franco. 

O despacho pedindo a saída do servidor foi enviado à Casa Civil em 2020, mas Bolsonaro teria cedido à pressão política feita pelo senador Davi Alcolumbre (DEM), que era presidente do Senado. 

Suspeita

Nesta terça-feira (29), o empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que representa a empresa Davati Medical Suply, revelou à Folha de São Paulo, que foi até o Ministério da Saúde oferecer a venda de 400 milhões de doses da Astrazeneca. 

No entanto, teria ouvido de Roberto Dias que o órgão só fecharia negócio caso o preço de cada dose da vacina fosse aumentado em um dólar, como forma de propina. 

Desmentido

A Oxford Astrazeneca informou que não faz negociação de venda de imunizantes com empresas privadas, somente com órgãos multilaterais. Por isso, pode ser que o empresário queria aplicar um golpe no Ministério da Saúde.