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12/12/2021 16:37

Suspeitos de matarem 'meninos de Belford Roxo' têm passado de tráfico, roubos e tortura

Polícia acredita que, três dos cinco envolvidos já estão mortos

12/12/2021 às 16:37 | Atualizado 12/12/2021 às 15:44 Thiago de Souza
Três suspeitos já estariam mortos - Divulgação Polícia Civil RJ

Os quatro suspeitos de torturarem e matarem três meninos, no Morro do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em dezembro de 2020, já tinham passagens por tráfico de drogas, homicídios e até tortura. O quarteto foi identificado pela polícia fluminense nesta semana. 

Os criminosos são: Ana Paula da Rosa Costa, a ‘’Tia Paula’’; Edgard Alves de Andrade, o ‘’Doca’’; José Carlos dos Prazeres Silva, o ‘’Piranha’’ e Wiler Castro da Silva, o ‘’Estala’’. 

Já os meninos mortos foram: Fernando Henrique Soares, 11 anos; Lucas Matheus, 8, e Alexandre da Silva, 10 anos. 

A Polícia Civil destacou que todos os criminosos tinham longa ficha criminal e fazer parte da estrutura do tráfico de drogas do Comando Vermelho.  

De todos os envolvidos no crime, a polícia acredita que somente Doca esteja vivo. Os demais foram executados a mando da cúpula da facção, que se irritou com a grande repercussão do caso. 

O crime foi motivado, segundo a investigação, porque os três garotos, ou um deles, teria furtado a gaiola com um passarinho, que pertencia ao tio do traficante Stala. Os pequenos foram torturados, assassinados e os corpos desovados no mesmo dia, 27 de dezembro, em um rio da Baixada Fluminense.  

Meninos foram mortos por traficantes. (Foto: Divulgação PCRJ)

Ficha 

Doca, 51 anos, o único vivo entre os suspeitos, é paraibano e era o principal chefe do tráfico no Morro do Castelar. Ele teria sido poupado de ser morto em razão de ser ‘’cria’’ do complexo da Penha, morro historicamente dominado pelo CV. 

Atualmente, segue o UOL, a ficha criminal de Doca tem 99 páginas, onde o criminoso coleciona 15 mandados de prisão em aberto, por causa de tráfico de drogas, assassinatos e roubos de automóveis. 

Piranha

Piranha era o gerente do tráfico no Castelar. Ele foi preso por tráfico, mas não retornou após a saída temporária do Dia das Mães, em 2017. Voltou para o crime, ajudou na morte dos meninos e foi executado pela cúpula da facção. Ele é acusado de matar um homem que havia roubado a moto de um policial e carbonizou o corpo da vítima. 

Tia Paula 

Tia Paula, 44 anos, era gerente de cargas do Castelar. Ela tinha poder de decisão na favela e passagens por homicídio, associação para o tráfico, sendo seis mandados de prisão em aberto. 
Foi ela que deu o ‘’ok’’ para a morte dos garotos. A ideia inicial dos bandidos era ‘’dar um corretivo’’ nos meninos. Mas um não resistiu e morreu. Por isso, os outros dois também foram mortos e os corpos escondidos. 

Estala

Foi Estala, segundo a polícia, que articulou a agressão contra os meninos. Uma testemunha disse que Estala contou a um interlocutor que matou os meninos porque eles tinham furtado o passarinho de seu tio.

Ele tem cinco mandados de prisão em aberto e também é acusado de torturar um morador, para que este assumisse a culpa da morte das crianças. 

Além desses suspeitos, um quinto traficante, que está preso, também responderá pelos homicídios das crianças. A identidade dele não foi revelada.

A Polícia Civil informou que já cumpriu 31 mandados relacionados ao tráfico no Castelar e à morte dos meninos, mas não divulgou a identidade dos demais presos.