Campo Grande

11/02/2022 20:39

Réu por matar e esconder o corpo de Grazi é absolvido em Campo Grande

Cadáver nunca foi encontrado e defesa diz que ela fugiu para outro Estado

11/02/2022 às 20:39 | Atualizado 11/02/2022 às 20:59 Thiago de Souza
Grazi nunca mais foi encontrada - Reprodução TJMS - Redes sociais

Rômulo Rodrigues Dias, 36 anos, foi absolvido pelo júri popular, nesta sexta-feira (11), por matar e esconder o corpo da então esposa, Graziela Pinheiro Rubiano, em Campo Grande. O crime, segundo a denúncia, ocorreu em abril de 2020, no Jóckey Club. 

Segundo o juiz, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o Ministério Público Estadual acusou Rômulo de feminicídio e ocultação de cadáver. 

Já a defesa, sustentou que a vítima ainda está viva e teria fugido do Estado. Os advogados pediram, caso o cliente fosse culpado pela morte, que o assassinato fosse classificado como cometido ‘’sob domínio de violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima consistente na traição’’. 

Após explanação de defesa e acusação, Rômulo foi absolvido por 4 x 2 votos.  O júri acatou os argumentos da defesa, de que não havia provas que o homem matou a esposa. 

Ainda segundo a decisão, os jurados levaram em consideração as provas apresentadas pela defesa. Não havendo condenação pelo feminicídio, logo inexiste a acusação de ocultação de cadáver. 

O crime

Segundo denúncia do MPE, Rômulo assassinou a esposa, provavelmente no dia 5 de abril. O relacionamento, segundo a peça, era abusivo, mas Grazi não conseguia se desvencilhar, já que o réu ameaçava se matar. 

O crime teria ocorrido na edícula que os dois moravam, na rua dos Ipês. Assim que notaram o desaparecimento de Grazi, as amigas de trabalho e de curso técnico entraram em contato com Rômulo e este teria dito que ela teria fugido de casa para namorar uma mulher, no Paraná. 

No entanto, a versão do réu gerou desconfianças, já que a vítima era tida como responsável e correta em suas ações. 

Provas

Segundo apurado pela perícia, manchas de sangue foram encontradas na edícula e no carro do casal, sendo na calçada da residência, no interior do tanque de lavar roupas, numa escova de lavar roupas e em uma toalha. A acusação também aponta contradição nos depoimentos de Rômulo. 

Para o MPE, Rômulo criou uma narrativa fantasiosa para ocultar o assassinato e a ocultação do cadáver, que até hoje não foi descoberto.