Campo Grande

30/01/2023 19:00

Vereadores vão apurar regularidade de porte de arma de guarda que atirou em filho da PM

Comissão Permanente de Segurança Pública da Câmara dos Vereadores apura denúncia de que Guardas não possuem porte de arma

30/01/2023 às 19:00 | Atualizado 30/01/2023 às 14:04 Dayane Medina
Repórter Top

O Guarda Civil Metropolitano que atirou no filho de um policial militar, no último sábado (28), pode responder por porte ilegal de arma de fogo e disparo em via pública, caso ele não tenha porte ou documentação regularizada para o uso. O caso aconteceu no terminal intermodal, espaço sem uso na saída para Sidrolândia, em Campo Grande.

Antes do episódio acontecer, a Comissão Permanente de Segurança Pública da Câmara dos Vereadores já estava apurando denúncia de que Guardas Civis sem porte estavam utilizando revólver e pistola .40. Na denúncia, foi informado que nem todos os agentes possuem capacitação, e alguns que possuem o curso, estão com o porte vencido.

O vice-presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública, coronel Alírio Villasanti, informou que há 10 dias solicitou a veracidade da informação e recebeu documento na quarta-feira (25), dizendo que os portes de arma de fogo estavam em tramitação aguardando atualização no Sinarm (Sistema Nacional de Armas).

"No documento que recebemos alegaram que todos os guardas estão devidamente capacitados, e para não fazer afirmação falsa, a comissão está verificando a veracidade, no entanto, se o Guarda Civil envolvido no caso do fim de semana não possuir porte, pode responder por dois crimes", explicou.

Villasanti destaca que o agente pode responder por porte ilegal e disparo em via pública. "Cabe a nós fiscalizarmos e verificar se esse profissional pode ou não responder por um crime", disse.

Ainda segundo o coronel, a Polícia Militar tem tramitação própria para fornecer porte de arma, diferentemente dos agentes da Guarda Civil, que é fornecido pela Polícia Federal.

A SESDES  (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e a Guarda Civil Metropolitana confirmaram a informação explicando que a expedição dos portes de arma de fogo são de controle da Polícia Federal e ressaltaram que todos os GCMs estão com a documentação regularizada perante à SR/PF/MS, órgão que controla e fiscaliza o porte dos nossos agentes. 

"Todos os servidores que utilizam armamento letal estão capacitados, e com laudo psicológico vigente e a documentação em dia e apta em poder da Polícia Federal", informou a nota. Mesmo assim, o caso será investigado.

Entenda

Um homem, que não teve o nome divulgado, foi baleado após uma ação da Guarda Municipal na tarde de sábado (28), em Campo Grande. Os agentes alegaram terem sidos recebidos a tiros e reagiram

Conforme o registro policial, uma equipe da GCM estava em ronda no terminal de transbordo intermodal, que é um local com grande demanda de serviço, decorrente de vandalismo, furtos de fios e postes.

Ao chegar local, se deparou com um aglomerado de pessoas realizando manobras de motos. Ao ligar o giroflex, começaram a dispersar a multidão, então a equipe escutou disparos vindo pro lado da viatura, sem conseguir identificar o autor.

Um dos agentes efetuou um tiro de revide para o mesmo lado, para sessar a agressão, onde um dos jovens colocou a mão na cintura.

Todos os indivíduos correram pra uma valeta, que só passa veículo de duas rodas. 

A equipe então permaneceu no local para que esses jovens, que fazem baderna, não retornassem. Foram encontrados vestígios e um forte odor maconha.

Cerca de 15 minutos depois, chegou um veículo Sandero com 3 homens dentro, um deles se identificou como Policial Militar e disse que era pai do jovem baleado. Como a equipe ainda não estava ciente que havia acertado o rapaz, não soube dar informação sobre o jovem. 

A equipe voltou até o valetão para prestar socorro e apurar os fatos, mas as viaturas da PM impossibilitaram a guarnição de chegar perto do jovem alegando que o pai estava muito nervoso. A equipe ainda tentou fazer uma varredura para achar se algum deles havia jogado a arma que atirou na equipe.