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há 3 meses

Médico é condenado por esquecer pinça na barriga de paciente em Costa Rica

Barriga da vítima ficou deformada e por isso receberá por danos estéticos

15/02/2024 às 14:28 | Atualizado 16/02/2024 às 15:16 Thiago de Souza
Paciente sentiu algo a espetando e descobriu pinça - Reprodução TJMS

O médico Marcelino Campos Costa foi condenado a pagar danos morais e estéticos por esquecer uma pinça dentro do organismo da paciente, durante cirurgia em 2006, em Costa Rica. A Clínica Santa Rita onde ocorreu a cirurgia também foi responsabilizada.  

Conforme o processo, a paciente procurou a clínica no interior para retirar a vesícula no abdômen. O médico réu encontrou um cisto no ovário da vítima e retirou o mesmo. Porém, a paciente teve complicações após o procedimento como infecção, febre e dores, além de rompimento dos pontos e vazamento de líquidos. Ela ficou com deformação na região externa da operação. 

Ainda segundo a vítima, meses depois, ela foi internada no Hospital El Kadri e passou por cirurgia com outro médico, que corrigiu a deformidade da operação anterior. Depois teve complicações respiratórias e passou dez dias na UTI. 

Meses depois, a vítima relatou incômodos na bacia e nas costas, como se algo a espetasse. Em setembro de 2007 ela fez uma radiografia de tórax e abdômen, que identificou uma pinça na pélvis direita. Ela precisou de nova cirurgia para retirar o instrumento. 

O caso foi parar na Justiça e, baseado em laudos da perícia e também de apuração do Conselho Regional de Medicina, o juiz Francisco soliman, da 1ª Vara de Costa Rica, entendeu que o médico Marcelino foi negligente ao deixar a pinça no corpo da vítima. 

Com a condenação, Campos e  a Maternidade Santa Rita terão de pagar R$ 40 mil a título de danos morais à vítima. O mesmo médico e a clínica também pagarão R$ 25 mil a título dos danos estéticos causados à mulher.  

Em sua defesa, o médico Marcelino admitiu os procedimentos na paciente, mas que ela não teve complicações graves após as intervenções e que fez diversos outros exames de imagem e nenhum corpo estranho foi localizado no organismo dela. 

A decisão ainda cabe recurso. O espaço está aberto aos demais envolvidos.