Polícia

05/09/2016 19:02

Defesa de casal Olarte tenta acessar interrogatórios realizados pelo MPE

Advogados cobram mídias gravadas pelos investigadores para fazer defesa de Andreia e Gilmar

05/09/2016 às 19:02 | Atualizado Diana Christie
Geovanni Gomes

A defesa do casal Andreia e Gilmar Olarte, presos na Operação Pecúnia, solicitou que o MPE (Ministério Público Estadual) seja intimado, via diário da justiça eletrônico, para liberar a cópia das mídias referentes aos interrogatórios dos réus. Os documentos são essenciais para o andamento do processo e garantia da ampla defesa do casal.

O pedido foi protocolado nesta segunda-feira (5) no Tribunal de Justiça. Nele, os advogados destacam decisão judicial para que os documentos sejam apresentados em até 15 dias no modo digital e no físico, sendo que apenas os mapas e plantas dos imóveis investigados não precisam ser digitalizados, tanto pela dimensão dos papeis quanto pela pouca relevância para o processo.

“Não há possibilidade de fluência de prazo para os peticionantes, sem que estejam juntados aos autos todos os documentos essenciais e complementares que devem instruir a denúncia, pelo que requerem ser intimados do cumprimento efetivo pelo MPE daquela providência, e, pois, do termo inicial do prazo para apresentação da defesa”, justificam os advogados Antônio Carlos Veiga e Jail Azambuja.

Tanto Gilmar quanto Andreia foram ouvidos pelos investigadores no dia 20 de agosto, na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Além deles, o filho do casal, um jovem de 22 anos que teve a identidade preservada, prestou depoimento na condição de testemunha.

As investigações tiveram início a partir dos dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, a Casa da Esteticista. Assim como o casal, foram presos Evandro Simões Farinelli e Ivamil Rodrigues de Almeida, em 15 de agosto, quando foi deflagrada a Operação Pecúnia. Eles são suspeitos de participação em crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

De acordo com o MPE, entre os anos 2014 e 2015, enquanto Gilmar ocupava o cargo de prefeito, “sua esposa adquiriu vários imóveis na capital, alguns em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias, fazendo o pagamento ora em dinheiro vivo, ora utilizando-se de transferências bancárias e depósitos, os quais, a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.

Evandro seria a “pessoa que cedia o nome para que as aquisições fossem feitas em nome de Andreia Olarte” enquanto Ivamil é apontado como o “corretor de imóveis e braço direito do casal nas aquisições imobiliárias fraudulentas”. No entanto, em depoimento, o filho da primeira-dama afastada disse que apenas estagiou em obra no residencial Dahma, ligada aos investigados.