Polícia

20/02/2017 07:00

Além de responder criminalmente, chefe de Wesner vai ser cobrado por direitos trabalhistas não pagos

Família, que protestou por Justiça no sábado, tem direito de acionar dono de lava jato

20/02/2017 às 07:00 | Atualizado Liziane Berrocal

O caso de violência que acabou ceifando a vida do adolescente Wesner Moreira tem, além do desfecho criminal, questões que envolvem assistências trabalhistas, o que deverá complicar ainda mais a vida do empregador. A vítima morreu aos 17 anos morreu após seu patrão, Thiago Giovanni Demarco Sena, e o colega de trabalho Willian Larrea colocarem uma mangueira de compressor de ar em seu ânus, causando graves lesões que o levaram a morte,

Thiago era dono do lava jato onde a vítima trabalhava no Jardim Morumbi. A advogada Jacqueline Hidelbrand Romero explica que é preciso verificar toda situação que envolve a contratação do rapaz. “Em relação ao menino que sofreu a violência, será verificado se ele trabalhava registrado no lava jato para que possa receber as garantias de seguro como o FGTS e o INSS. Neste caso o patrão deve pagar todas essas garantias”, explica.

Inicialmente, o rapaz tinha ficado internado, o que também assegurava e ele receber os dias afastado, o que se agravou com a morte. “O INSS ainda pode entender que foi um acidente de trabalho, até porque o acidente não foi provocado pela própria vítima. Agora, a família também poderá receber todas as garantias que tem direito.  A instituição deve verificar se o patrão do garoto fez o contrato trabalhista dentro da normalidade, como pede o INSS, porém. É um caso a parte, até devido a complexidade do caso”, alerta.

“Agora, a família da vítima tem o direito, de toda questão criminal e de responsabilidade cível, os pais dele tem o direito de receber uma pensão. Caso o Thiago não tenha registrado o Wesner, ele poderá ser obrigado a pagar do próprio bolso”, destaca.

Sonhos perdidos
Wesner trabalhava há pouco tempo no local, ele estava em seu primeiro emprego e segundo a família, era para ajudar em casa, já que os pais enfrentavam dificuldades financeiras e ele tinha muitos sonhos. “Tirar habilitação, ter um carro, ajudar minha mãe”, conta Luciano, irmão da vítima.

No dia 3 de fevereiro, uma sexta-feira, durante o expediente no lava jato, Thiago e Willian seguraram o jovem e com uma mangueira de compressor de ar usada na limpeza dos carros, apontaram o jato de ar para as nádegas dele. O ar entrou pelo ânus e gerou um rompimento no intestino. O rapaz foi submetido a uma cirurgia para retirada de 20 centímetros do intestino, ficou internado em estado grave. Após uma breve melhora no quadro, a vítima morreu de parada cardíaca no dia 14 de fevereiro, na Santa Casa da Capital.